04/02/2014

Expedição solo Porto Alegre - Pelotas (parte 2)

Etapa Barra do Ribeiro - Arambaré (3 dias)


Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, 
poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar. (William Shakespeare)

Não acordei muito cedo, quase 8 da matina, pois os portões do camping que davam acesso a praia só iriam abrir depois das 9. Eu estava trancado dentro do camping e o Guaíbão calmamente me esperando... 



Depois de toda as atividades matinais: café, higiene, desmontar acampamento, fui na recepção e pedi para que o portão fosse aberto. O pessoal prontamente me atendeu e me ajudou a levar o caiaque até a beira do rio. Tirei algumas fotos da praia, conversei um pouco com o dono do camping e logo parti em direção a Lagoa dos Patos, meu objetivo aquele dia. O Guaíba estava muito calmo naquela manhã.







Remei até a ponta do Salgado e depois fiz uma parada nas dunas da ponta Escura. Naquele momento eu estava um tanto quanto perdido com relação a minha localização. Na parada eu descansei um pouco, comi e tomei banho naquela prainha de águas limpas. Ainda não tinha visto ninguém desde a saída do camping.





Aproveitei e fiz alguns vídeos para testar a câmera GOPRO...



Naquele momento achei que a remada não estava rendendo nada, mas na verdade eu apenas continuava perdido. Não conseguia relacionar o lugar onde eu estava com os mapas que eu levava...

Em alguns minutos achei uma "saída a estibordo" e logo avistei ao longe o farol de Itapuã.




Antes de chegar perto do farol, apareceu na margem uma boia vermelha, de número 87, levada provavelmente pela força do rio.



Passei a avistar o famoso morro da Formiga. E fui me aproximando dele...


Me aproximando...


Até que cheguei...
Não estou bem certo, mas ali eu considerava que estava entrando na Lagoa dos Patos.


Depois de passar o morro, consegui ver a ilha do Barba Negra e a ilha dos Veados... passei entre elas e remei em direção as dunas.


Já havia ultrapassado a meta daquele dia. As ondas, o vento e uma nuvem bem carregada já não estavam me ajudando muito. Sendo assim, comecei a procurar um ponto para acampar. Remei até a margem e montei o acampamento bem na beira, pois o caiaque estava pesado e eu também não estava tranquilo com os barulhos vindos da mata.


Olhei para a esquerda... Olhei para a direita... Eu estava realmente no meio do nada...







Esse foi o pior acampamento que eu já fiz (se é que podemos chamar isso de acampamento)... caiu uma bomba de chuva enquanto eu estava tentando montar as coisas... ficou tudo molhado... No final da expedição decidi que vou comprar uma boa barraca, pois a parte mais trabalhosa do meu dia era montar e desmontar a barraca, colocar e tirar a lona azul.





(falo do Morro da Ponta Escura, mas o nome correto é Morro da Formiga)
(e não era o final do primeiro dia, mas era o final do segundo dia)

Cedo eu já estava dentro da barraca (estava tudo meio molhado), descansando...



Ao nascer do sol eu já estava acordado, tirei algumas fotos e realizei as tradicionais atividades matinais.




Minha meta naquele novo dia era chegar ao final dos pinheiros da praia de Fora.




(falo do Morro da Ponta Escura mas o nome correto é Morro da Formiga)

Na parada feita perto do meio dia, consegui contato telefônico e fiz um lanche rápido. As opções de comida rápida normalmente variavam entre atum, salame, salpicão de frango e de atum. Nesse trecho também não encontrei ninguém.



Eu já conseguia avistar o que achava ser o início do trecho de pinheiros.


Depois de um tempo remando encontrei o esqueleto de um barco...


No final da tarde, achava que estava chegando ao final do trecho dos pinheiros (já não aguentava mais ver tanto pinheiro), resolvi montar acampamento. Encontrei um lugar bem tranquilo e abrigado do vento. Até um varal para secar a roupa eu fiz.

Depois de um tempo uma família passou por ali, me desenharam na areia as instruções de como chegar a Arambaré. Foi o melhor acampamento da expedição. Fiquei até tarde tomando uma cachacinha e curtindo a fogueira e a lua cheia.
























Antes do nascer do sol eu já estava acordado novamente (o mais incrível é que não consigo acordar cedo assim pra ir trabalhar...) e nada melhor que um banho de lagoa para começar o dia.



Meu pensamento era que naquele dia eu só precisava remar até Arambaré e teria chegado ao meio da expedição. No entanto, antes de chegar lá eu precisei alcançar o pontal de Tapes e atravessar direto para a ponta Dona Helena, foram os 10 km mais tensos da expedição, pois a travessia era o único trecho que eu realmente teria que ficar longe das margens. A lagoa estava calma, o tempo bom... deu tudo certo.







Depois disso, foi só remar até Arambaré e parar no camping Clube Náutico Arambaré.




Metade do trajeto estava feito...
O trecho percorrido nesses três dias foi mais ou menos o que está marcado no mapa:



4 comentários:

  1. "Fiquei até tarde tomando uma cachacinha..." e "Antes do nascer do sol eu já estava acordado novamente..". Mentiu pro tio! Hehehe!

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  2. Muito legal, dá até vontade de fazer uma expedição assim....

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  3. muito legal, pretendo ter uma chance na vida de fazer isso, mas se cuidem pessoal que pretende fazer viagens do tipo, acredito que um dos vilões de quem fica longe das margens é a fome, tende ter muuuuuita comida nutritiva, e de preferência saber caçar (eu acho, eu acho, eu acho, nada comprovado!) enfim gostei dessas manhãs, que legal o brilho do sol (^~^)/

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