O pior naufrágio é não partir (Amyr Klink)
Entrei de férias sexta-feira, dia 10/01/2014. Naquele final de semana tinha convidado meu pai Sylvio para me ajudar com os preparativos da expedição e também para levar, na segunda-feira, meu carro para Pelotas.
O final de semana foi de muita chuva e eu estava na esperança que ela desse uma trégua a partir de segunda, para que eu pudesse partir tranquilo... Aproveitei o final de semana para fazer todas as compras necessárias, revisar todos os equipamentos e me preparar para partir sozinho.
Com aquele tempo eu não estava muito motivado, mas no domingo a noite passou na TV uma reportagem no Teledomingo sobre o cel. Hiran, atravessando o rio Jurá, no Amazonas, de caiaque. Naquele momento me vi motivado novamente...
Chegou a segunda-feira, dia 13/01/2014 e o tempo continuava chuvoso, mas nada a ponto de impedir minha partida. Carregamos o carro com tudo que eu "achava que precisava" e partimos rumo ao clube GPA. Antes das 8 da manhã já estávamos no clube. Depois de colocar todas as comidas, bebidas, roupas, remédios, materiais de acampamento e equipamentos dentro dos dois compartimentos do meu caiaque Artic, era hora de partir (descartei algumas coisas pois já estava ficando sem espaço e com medo de o caiaque ficar muito pesado).
Antes mesmo de sair liguei para o colega Sandro, para saber se ele iria remando com o Damor até Barra do Ribeiro (eles iriam sair meio-dia do clube SAVA)... ele não sabia a resposta... então peguei o remo dele, para ficar de reserva.
Pelas 9 da manhã me despedi do meu pai, botei o caiaque na água (primeiro vez que eu colocava o caiaque na água com carga nos compartimentos) e fiquei alguns minutos conversando com o velho, que estava na margem entre o GPA e dois barcos antigos que estão parados ali do lado.
Chegava a hora de partir, então me despedi novamente, virei as costas e fui em direção ao sul de Porto Alegre... meu pai ainda ficou alguns minutos me observando, até não me ver mais no horizonte. No final das contas, nós dois tínhamos o mesmo destino, a cidade de Pelotas... ele iria de carro e eu de caiaque.
A partir daquele momento era apenas eu... meu destino era chegar em algum camping na cidade de Barra do Ribeiro... dias antes havia lido na Internet que o melhor era o Camping do Vô Arthur...
Remando passei pelo Gasômetro, pela rótula das cuias (quase consegui ver o SERPRO), pelo Gigante da Beira Rio.... naquela manhã o movimento era pouco nas águas do Guaíba, tudo muito calmo, pouco barcos, poucas vezes o catamarã passou por mim... Cheguei no clube SAVA pela 11 da manhã, segui em direção a ilha do Presídio, tirei algumas fotos, mas não parei. Foi nesse momento que o vento começou a aparecer (ou eu comecei a sentir ele)... Passei a ilha e parei na cidade de Guaíba para comer e descansar um pouco... era uma pequena prainha, com muitas pedras, bem perto da fábrica de celulose.
Depois ainda parei numa pequena praia para tomar um banho e comer mais um pouco... um guaipeca ficou só na volta brincando e observando minha presença. Provavelmente alguém morava ali perto e alimentava o cusco. Guardei as coisas no caiaque e continuei remando...
O vento só aumentava e eu já estava cortando caminho por uma baia onde eu conseguia ver o Recanto do Borghetti. Naquele momento, bem no meio do trecho, começou uma tempestade. Eu já não tinha muitas escolhas... ficar parado ali não era possível e para voltar eu iria gastar praticamente a mesma energia que ir para frente... desta forma, mesmo com bastante chuva e vento, segui em frente.
A chuva passou mas o vento (acho que vinha do "sul" ou algo assim) ainda batia forte. Eu estava na última baia antes de chegar a Barra do Ribeiro e fiz mais uma parada, tirei um pouco de água do cockpit, descansei uns minutos. Daquele lugar e já conseguia ver o meu destino, a cidade de Barra do Ribeiro.
Remei mais um pouco (agora é um pouco, na hora eu estava achando bastante) e cheguei em Barra do Ribeiro. Para minha "alegria", o camping do Vô Arthur ficava no final da cidade (era ponto mais distante). Então fui me informando com as pessoas que eu encontrava na água até que parei na frente do camping. Depois de estar na terra, tentei ligar para as 3 pessoas com quem eu havia combinado de sempre entrar em contato (pai, mãe e namorada), fiz meu registro no camping e paguei um guri para me ajudar a carregar o caiaque até dentro do camping... tudo pronto e comecei a arrumar o acampamento. Pelos registros telefônicos já eram 6:30 da tarde.
Para minha surpresa, ao ligar para o Damor ou Orildo, fiquei sabendo que a gurizada iria lá no camping fazer um churrasco e saber as novidades... Umas 9 da noite chegaram Hélio, Damor, Lúcia, Orildo e Sandro. O Hélio fez um assado especial, jogamos um truco, tomamos umas cervejas, tudo muito bom... A presença dos amigos deu ânimo para seguir em frente.
A gurizada foi embora pela meia noite... eu entrei para a barraca e dormi tranquilo, escutando o barulho das ondas até o outro dia...
O trecho percorrido foi mais ou menos o que está marcado no mapa:
Excelente relato da trip! Fiquei até com vontade de comprar um caiaque para te acompanhar!
ResponderExcluirQue legal a postagem!!!
ResponderExcluirMuito bacana poder acompanhar a jornada - e, no teu caso, também deve ser muito bacana revivê-la, agora em pensamento. Parabéns, devias divulgar lá na lista de e-mails!
Não achei o ícone para seguir o blog, não queres acrescentar? Vou colocar um link lá no meu! :)
ResponderExcluirParabéns meu planejadorrrrr....lindo relato....apesar do coração apertado sabes que sempre vou te apoiar!!!
ResponderExcluirPablo,
ResponderExcluircara, tu está de parabéns. Falou que faria, se programou, colocou o caiaque na água e foi - mesmo com muita gente colocando pilha contra. E o melhor, está aqui para nos relatar todo o acontecimento.
Parabéns! Matou a pau!
ps.: Sim, eu sei que sem o meu remo ficaria impossível, mas amigo é para essas coisas! Hehehe!
Opa, sabia da tua aventura mas não imaginava o tamanho do desafio, tá de parabéns!
ResponderExcluirPoxa vida, e vc nem tirou uma foto de perto do guaipeca pra eu ver !?!
ResponderExcluirParabéns Pablito!! Tu é muito doido!!!
Impressionante.
ResponderExcluirE é só o começo.
Senti na pele este vento que te referes.
Meus parabéns!
PARABÉNS AMIGO?
ResponderExcluirAdorei gosto de saber dos lugares.moro em pelotas.adorei a remadas do arroio pelotas .as terras do meu bisavô.eram perto da ponte destruída.galateia.
ResponderExcluirPablo Parabéns. Vou te seguir
ResponderExcluir