06/03/2016

Expedição Graxaim pela Lagoa Mirim - Remando no Uruguai, voltando para o Brasil, conhecendo o Porto de Santa Vitória do Palmar

8º dia - 16/01/2016
"As solidões são mares distantes por vezes navegáveis, 
porém a chegada dos vendavais faz o coração almejar 
a bonança que conduzirá seu barco a um cais de segurança e aconchego". 
Luiza Gosuen

Foram 35km neste dia.

Mais um dia em águas uruguaias, remada tranquila, dia bom... No Uruguai, depois de Lago Merín, não encontramos uma viva alma para conversar... No entanto, conseguimos entender por que motivo o Uruguai possui uma das melhores carnes do mundo... muita criação de gado gado por lá...  Muitas vezes eles estavam se refrescando do calor na Lagoa Mirim.


O calor estava forte e tivemos que dar uma parada para descansar... uma sombra para alguns minutos de sono...



Final do dia, montamos o acampamento bem abrigados, logo depois da Laguna Guacha. Aproveitamos para preparar um arroz com linguiça...





Lembro que o local do acampamento tinha algumas garrafas plásticas e latinhas de cerveja espalhados... provavelmente usado pelos pescadores que jogaram suas linhas na Laguna Guacha.




9º dia - 17/01/2016


Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas 
torna os homens ponderados.
Miguel de Cervantes

Neste dia foram 38km remados.

Um dia de muitas travessias... o que sempre faz a gente ficar com a adrenalina elevada e com um sentimento de satisfação por conseguir realizar uma boa quilometragem. A remada não pode ser tão rápida que não consigamos aproveitar, mas também não pode demorar muito, para que não fiquemos desanimados

Inicialmente, saímos da Laguna Guacha e fomos direto para a Punta Cebollati. Fizemos uma parada, descansamos. Depois fomos para a Punta Magra, em outra travessia. Outra parada, descansamos novamente. Finalmente, para a Punta Pelotas. Depois disso fizemos uma remada costeira, tentando alcançar o Arroyo Pelotas.







No final do dia, uma nuvem bem escura passou perto. No entanto, como não sabíamos se ela iria nos alcanças, resolvemos parar e montar acampamento. Depois ficamos sabendo que em Santa Vitória do Palmar o temporal foi feio... Desta forma, pro sul um tempo feio, pro norte dia aberto... Acampamento foi montado a 4km do Arroyo Pelotas...


O único lugar que conseguimos sinal de celular, foi junto da cerca... O mais estranho era que o sinal era da Vivo e não de uma operadora uruguaia: sorte nossa.
















Mais uma vez a gente ficou embaixo de algumas árvores, lugar onde provavelmente o gado passava a noite... Nessa noite, eles se chegaram, nos olharam, não gostaram, tiveram que ir embora para achar outro lugar...



Neste local, depois que a escuridão tomou conta, era possível ver diversos pontos vermelhos piscando, lá pras bandas de Santa Vitória do Palmar. Eram as torres eólicas.



10º dia - 18/01/2016

Nas grandes batalhas da vida,
o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer.
Mahatma Gandhi

Neste dia foram 30km remados.

Neste dia, chegaríamos na metade da expedição. Seria o fim das águas uruguaias e felizmente estaríamos voltando ao território brasileiro. Além disso, depois de dias sem conhecer ninguém, tivemos o prazer de encontrar o administrador do porto de Santa Vitória do Palmar, o amigo Claudiomar.

Com o temporal da noite anterior, o vento sul entrou com tudo, o que dificultou muito o nosso dia. No início da manhã, arrumamos o acampamento e partimos para conhecer o outro Arroyo Pelotas ( muitos conhecem o Arroio Pelotas, mas este aqui pouco ouviram falar). Depois de passar pelo arroio, conseguíamos ver uma pequena prainha bem ao sul... foi o nosso destino... a remada até lá foi bem cansativa.





Nesta prainha, logo antes voltar para o lado brasileiro, descansamos, comemos e nos preparamos para a travessia. Seria uma travessia de 5 ou 6 km, mas com o vento sul, vinham as ondas, batendo de través nos caiaques.



Saímos da prainha, passamos pelo Rio San Luíz (que faz a ligação da Lagoa Mirim a Laguna Blanca), apontamos o caiaque para o ponto mais próximo que conseguíamos ver... Como sempre fazíamos, remamos próximos, para nossa maior segurança. Depois de algum tempo chegamos numa pequena praia, ao sul da Ponta do Papagaio... Brasil novamente.



Paramos para descansar e comer algo. Depois disso, nossa ideia era fazer uma remada costeira até o porto. Mas no meio do caminho havia o Saco da Felizarda... Se quiséssemos remar costeiro, seriam muitos quilômetros a mais. Resolvemos fazer mais uma travessia. Com o vento sudeste batendo não foi nada fácil.

Chegamos ao porto de Santa Vitória do Palmar e logo uma gurizada veio ver os caiaques. Fomos em uma barraca chamada Petiscos da Camila, comemos pasteis e tomamos cerveja. A Camila chamou o Claudiomar Abreu de Moura, administrador do porto. Gente finíssima, nos recebeu, bateu papo, conseguiu até um carro se quiséssemos ir até a cidade comprar mantimentos. Além de administrar o porto e é conhecido na cidade pelas belas fotos que tira. Foi um momento especial para nós: gostamos de conhecer essas pessoas que a vida nos coloca no caminho.











Foto: Claudiomar Abreu de Moura.
Gurizada vendo se estava tudo ok para liberar nossa partida...

Foto: Claudiomar Abreu de Moura

Foto: Claudiomar Abreu de Moura
Ficamos no porto por um bom tempo, o sol já estava baixando, quando decidimos ir pra frente, remar mais um pouco.


Partida de Pablo Grigoletti e Anderson Cardoso Mais uns 300 km de remos rumo a Pelotas (tudo na boa com Eles ) saída do Porto de Santa vitória do Palmar dia 18/01/2016 a tardinha.
Publicado por Claudiomar Abreu de Moura em Terça, 19 de janeiro de 2016



Foi uma boa decisão, achamos um dos lugares mais legais para acampar desta expedição. Esse lugar é não é fácil de explicar com palavras: lagoa na frente e um tipo de sanga/banhado na parte do fundo. Era um tipo de ilha de uns 10 metros de comprimento (da frente até o fundo). Estávamos a aproximadamente 3,5km do porto. Montamos um bom acampamento, bem protegido e o Anderson já foi jogar algumas linhas... Até eu consegui pescar :) 

















Nessa noite o Anderson pescou uma traíra de quase 50cm, mas como já era tarde e não iríamos por ela na panela, resolveu devolver para a água.




Foi um dia show: conhecemos pessoas boas, lugares legais e conseguimos seguir em frente... Agora sabíamos que o vento predominante seria o nordeste e que isso dificultaria bastante a volta para o São Gonçalo...

Um comentário: