A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar.
Érico Veríssimo
Foram 40km neste dia. |
Levantei cedo, só para tirar algumas fotos do nascer do sol na Lagoa Mirim. Estava um pouco frio e acabei saindo enrolado no saco de dormir. Vi o nascer do sol, tirei algumas fotos e, como eu já sabia que o Anderson não iria levantar naquele momento, voltei para a barraca e peguei no sono novamente.
Era o nosso 1º dia na Lagoa Mirim... trecho desconhecido, tudo novo... estávamos empolgados e felizes por termos saído do Canal São Gonçalo... a remada parecia (e realmente estava) mais leve. A Lagoa estava calma, nos dando as boas-vindas.
Depois de remar por várias horas, no meio da tarde chegamos na Praia do Pontal, pertencente ao município de Arroio Grande. Lá é uma mistura de camping com praia... não sei bem se é uma área particular ou pública... Conversamos um pouco com o pessoal que estava lá na beira, tiramos umas fotos com a criançada, tentamos fazer contato telefônico mas não rolou...
Aproveitamos para descartar o lixo, descansar um pouco, tomar um banho na Lagoa, comer uma torrada, tomar uma cerveja e reabastecer a água (tivemos que comprar água em garrafas, pois não existia água potável lá).
Como podemos ver no mapa, fizemos uma quilometragem bem maior, só para conhecer a Praia do Pontal... mas valeu a pena... vai saber quando iremos lá novamente!!!
Seguimos em direção a Ponta Alegre... Então o vento Leste começou a bater na proa e diminuir o ritmo da remada... Passamos por algumas ilhas que existem entre a Praia do Pontal e a Ponta Alegre. Nestas ilhas não existe nenhum lugar para acampar... É tudo junco e banhado, ainda mais com a Lagoa bem alta... No entanto, tudo isso já estava mapeado...
Sabíamos que a parada seria depois da Ponta Alegre... onde tinha areia e poderíamos acampar... Paramos logo depois da curva... Escolhemos um lugar que tinha uma árvore perto da água... Sempre é bom ter uma árvore por perto, seja para esticar as roupas ou amarrar a barraca. Com o vento batendo, resolvemos colocar a lona em cima da barraca...
Faltavam ainda 5 km para chegarmos ao Farol da Ponta Alegre.
Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande.
Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito.
Martin Luther King
O sábio teme o céu sereno; em compensação, quando vem a tempestade
ele caminha sobre as ondas e desafia o vento.
Cedo da manhã, não havia nada de vento. Continuamos dormindo tranquilamente... lá pelas 8 horas o vento começou e não parou mais... Foi o dia todo, um vento muito forte vindo do quadrante sul. Com ele vinham as ondas... Tentamos remar, juro que tentamos... mas não teve jeito. Tivemos que carregar os caiaques por 5 km até chegarmos ao Farol da Ponta Alegre. Com aquele vento, o Farol era nossa única chance de montar um acampamento um pouco mais abrigado do vento...
Pode até parecer fácil puxar os caiaques, mas com as ondas batendo, seguido o caiaque enchia de água... e as vezes chegava a virar. Como puxávamos bem pela beira, muitas vezes o barco ficava encalhado...
O farol não é bem na beirada da lagoa. Chegando lá, deixamos os caiaques mais perto da água e só carregamos as coisas que realmente iríamos precisar. Montamos a barraca atrás do farol, perto de uma mureta... o vento continuava forte...
Era hora de subir no farol para conhecer o famoso Farol da Ponta Alegre.
No final de tarde, eu subi novamente, queria ver o sol morrendo no horizonte, lá de cima... Foi o único lugar onde o celular tinha sinal da Vivo #pegabem.
Neste dia não remamos... apenas caminhamos com os caiaques... foram os 5 km mais longos e cansativos de toda a expedição... Mas a gente sempre falava: temos que andar para frente... e foi isso que fizemos.