11/12/2018

A INCRÍVEL VIAGEM DE SHACKLETON

Ao terminar de ler o livro A INCRÍVEL VIAGEM DE SHACKLETON de ALFRED LANSING, procurei algumas resenhas na internet... Achei uma que trazia perspectivas de liderança muito interessantes. Copiei os trechos abaixo, na íntegra, do site RESENHAS, escrito por DIEGO ANDREASI. Ao texto adicionei algumas imagens, já que o livro é carente de ilustrações.


09/10/2018

Faróis das Lagoas Gaúchas (Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim)

A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar.
Érico Veríssimo


Os índios Patos (Carijós) foram os habitantes primitivos do entorno da maior lagoa brasileira, a Lagoa dos Patos, ligação entre Porto Alegre e o Oceano Atlântico. Com a invasão da cidade de Rio Grande pelos espanhóis em 1763, a capital da província de São Pedro do Sul (atual estado do Rio Grande do Sul) foi transferida para Viamão, cujo porto daria origem à Porto Alegre.

O farol de ITAPUà

30 23,13S / 51 03,61W Viamão, RS
Lp.B.6seg.17m.12M



21/09/2018

Seu caiaque aproa pro vento? Conheça o efeito weathercock...

Os tristes acham que o vento geme;
Os alegres acham que ele canta
Luis Fernando Verissimo

Você não pode mudar o vento, 
mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer.
Confúcio

Adestrei-me com o vento e minha festa é a tempestade.
Cecília Meireles
     
O Galo dos Ventos (do inglês weathercock) é um tipo de catavento que combina a figura de um galo e uma rosa dos ventos simplificada. Esse equipamento é impulsionado pelo vento e indica a direção do vento incidente. Geralmente é encontrado no alto de igrejas, casas antigas, torres de sino, desde o início da Idade Média até os tempos atuais.

17/09/2018

Remada no Médio Camaquã - Feriadão de Independência - 2018

Do rio que tudo arrasta se diz que é violento.
Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.
Bertolt Brecht

Perante um obstáculo, a linha mais curta entre
dois pontos pode ser a curva.
Bertolt Brecht


26/08/2018

Um pouco mais sobre Lagoa dos Patos, Lagoa do Casamento, Barra Falsa do Bujuru e Lagoas Costeiras do RS

- As belezas da Lagoa dos Patos são indiscutíveis de qualquer ângulo e, agora, uma imagem bem diferenciada foi disponibilizada pela Nasa, mostrando não apenas um outro olhar, mas colorações que não se costuma ver em suas margens. Os dados usados ​​para criar a imagem foram coletados em 24 de maio de 2018 e mostram, segundo o site OceanColor, da Nasa, sedimentos suspensos, fitoplâncton, vegetação aquática submersa e matéria orgânica dissolvida colorida, que contribuem para as muitas cores observadas na imagem Landsat 8 da Lagoa dos Patos. Em observação bem detalhada, é possível também ver os traços dos maiores mananciais que desaguam na Lagoa, como o Guaíba, o Rio Camaquã, Arroio São Lourenço, Arroio Grande, por exemplo. (link)

Sedimentos suspensos, fitoplâncton, vegetação aquática submersa e 
matéria orgânica dissolvida colorida contribuem para as 
muitas cores observadas na imagem Landsat 8 da Lagoa dos Patos, no sul do Brasil. 

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- A Planície Costeira e o sistema de lagoas foram formados pelas variações ocorridas no nível do mar durante as épocas geológicas denominadas de Pleistoceno e Holoceno (Período Neógeno da Era Cenozoica). Entre aproximadamente 400 mil anos atrás e o presente, ocorreram flutuações do nível do mar que alteraram as características da costa e foram responsáveis pela formação de diferentes ambientes de sedimentação, pela deposição de sedimentos e pela formação das lagoas. Tudo isso explicado em detalhes no vídeio "A gênese, a morfologia e a ecologia das lagoas costeiras do Rio Grande do Sul" (link para o vídeo) (link para outros resultados desse projeto) (link para o ebook criado).


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- Através de pesquisas realizadas por geólogos e outros profissionais, foi reconstruída em 2D a formação geológica do Município de São José do Norte e região, no sul do estado do Rio Grande do Sul - Brasil. A animação mostra toda evolução geológica dos últimos 400 mil anos. Rastro, na trilha de um mundo melhor! (@RASTRO) (http://www.rastro.eco.br/) (link para o vídeo)


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- A feição geomorfológica conhecida como Barra Falsa aparece nos mapas que retratam a margem leste da Lagoa dos Patos, nas proximidades da localidade de Bujuru, no município de São José do Norte, litoral médio do Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, vários artigos científicos foram publicados defendendo a hipótese de que esta feição é um paleocanal que estava ativo durante o Holoceno (últimos 10 ka), conectando a Lagoa dos Patos com o Oceano Atlântico. Além disso, vários trabalhos publicados atribuíram a origem desta feição à atividade erosiva do Rio Camaquã durante o Holoceno, quando o mar situava-se em um nível mais baixo do que o nível atual. O trabalho aqui apresentado mostra que estas interpretações estão equivocadas e não se sustentam em evidências científicas. Para refutar as hipóteses defendidas nesses trabalhos anteriores, este artigo apresenta uma série de evidências geológicas, geomorfológicas, sedimentológicas, hidrológicas e geofísicas que mostram, de forma muito clara, que, durante o Holoceno, a Barra Falsa não se comportou como um canal de ligação entre a lagoa e o mar, e que sua origem não está relacionada à atividade erosiva do Rio Camaquã. Provavelmente a origem desta feição esteja relacionada à atividade de um pequeno canal fluvial voltado para a Lagoa dos Patos, que seria sua bacia receptora, em sentido inverso ao sugerido pelos trabalhos anteriores. (link)

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- Avaliação da biodiversidade na lagoa do Cerro, na lagoa do Casamento e em seus ecossistemas associados, Zona Costeira, Rio Grande do Sul (link).

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- A zona costeira do Rio Grande do Sul tem sua origem e evolução vinculadas às oscilações do nível do mar, que por sua vez são resultado dos ciclos glaciais-interglaciais do Quaternário. Essas oscilações levaram ao desenvolvimento de diferentes ambientes deposicionais costeiros, principalmente os grandes corpos lagunares e lacustres e extensas barreiras arenosas. Além dos processos geológicos, os sedimentos da planície costeira documentam ainda modificações climáticas e ecológicas, na forma de restos fossilizados de organismos marinhos e terrestres. Nas últimas décadas, novas metodologias de estudos têm levado à melhor compreensão dos processos responsáveis pela formação desta unidade, que é importante para o futuro planejamento dos usos e ocupação da área. Buchmann, Francisco & Caron, Felipe & Lopes, Renato & Ugri, A & Lima, L.L.. (2009). Panorama geológico da planície costeira do Rio Grande do Sul. Quaternário do Rio Grande do Sul-Integrando Conhecimentos, Monografias da Sociedade Brasileira de Paleontologia. 1. 35 56. (link)

13/08/2018

Remada Centro Sul - Rio Camaquã - Agosto de 2018


Organizada pelo amigo Pedro Auso, a Remada Centro Sul aconteceu nos dias 4 e 5 de agosto de 2018. Com o percurso definido como saindo da cidade de Cristal, mais especificamente da ponte da BR-116, até a balsa da ilha Santo Antônio, com distância estimada de 85km, sendo 50km para serem remados no sábado e 35km no domingo.



Como foi?

Saímos de Porto Alegre, sexta-feira, dia 03/08/2018, 13h. Eu e o amigo Damor fomos em direção a cidade de Cristal, aproximadamente 160km da capital. Viagem divertida, eu tentando tranquilizar o amigo, que faria sua estreia remando em um caiaque oceânico, o famoso "caiaque fechado". Chegamos às 15h no camping, que fica em baixo da ponte de Cristal, as margens do Rio Camaquã.


---------- Você sabia? ----------

Origem da palavra Camaquã 
Dentre os diversos significados dados a palavra Camaquã, o mais adequado, segundo o autor Antonio Cândido Silveira Pires, é o de rio correntoso ou rio forte. Camaquã vem de Icabaquã e na língua tupi-guarani I significa rio, água e Cabaquã quer dizer velocidade, correnteza. 
O Rio Camaquã 
O rio Camaquã, também tido por muitos historiadores como Camacuã, é um rio brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Possui cerca de 430 quilômetros de extensão e tem sua vazão junto a Lagoa dos Patos que, por sua vez, deságua no Oceano Atlântico. É o segundo maior afluente da Lagoa dos Patos.
---------- Você sabia? ----------

Já tinha uma turma por lá, liderada pelo Pedro Auso, arrumando acampamento, enquanto conversavam, davam risadas e trocavam informações sobre equipamentos. Feita as devidas apresentações, também fomos montar nosso acampamento e organizar os equipamentos para os próximos dias.






Depois de um tempo arrumando vagarosamente as coisas e esperando o resto da turma chegar, pegamos os carros e fomos até uma granja, uns 10km antes da balsa para a ilha Santo Antônio, deixar os 4 carros lá, para que no domingo, estes fossem utilizados no resgate do pessoal. Para chegar lá foram 70km no total, sendo 20km de BR-116 e mais 50km de estrada de chão batido. Deixamos os carros no local e voltamos na famosa Rural do Pedro, todos juntos...








Chegamos na ponte já era noite, mas deu tempo para assar uma carne, tomar umas cervejas e dar boas risadas. Depois disso, ainda fomos caminhar até o outro lado da ponte, onde tem uma régua de medição. Já era hora de descansar, pois no outro dia, no horário combinado (8:14) deveríamos estar entrando na água.










O dia de sábado iniciou com muita neblina. Notei que a barraca estava com o sobreteto todo encharcado, quando acordei pelo barulho de alguns carros... Era o restante da turma chegando para colocar os caiaques na beira do rio... Aquele pequeno atraso habitual, mas antes das 9h já estávamos remando nas rápidas águas do Rio Camaquã.




No total, éramos 13 remadores: Damor (POA), Pablo (POA), Leonardo Maciel (SAP), Leonardo Esch (Maquiné), Pedro Auso (Camaquã), Pedro Piqueres (Montenegro), Rodrigo Ventura (Tapes), Diego (SLS), Maurício Ortiz (Rio Grande), Ramon (Barra do Ribeiro), Alex (Tramandaí), Naldimar (Camaquã) e Guilherme Machado (Barra do Ribeiro).


O ritmo estava muito bom, pois com o grande volume de chuva das semanas anteriores, o rio nos ajudava a imprimir uma velocidade de aproximadamente 9km/h. Nenhuma pedra naquele trecho, apenas alguns troncos de árvores. Durante o dia, fizemos várias paradas para alimentação e descanso.














Passamos por umas barrancas enormes, local muito bonito. Além da beleza, aquele cenário mostrava a grande força do rio...



No final da tarde, nuvens escuras se aproximaram e fizeram com que a turma começasse a remar um pouco mais forte, tentando chegar no local combinado e montar o acampamento antes da chuva começar. Paramos logo depois da Pacheca, na margem oposta, num local de criação de bodes e cabras. Um pouco antes do local inicialmente planejado. Alguns remadores até conseguiram chegar antes, mas grande parte do pessoal saiu dos barcos exatamente quando a chuva começou. Parecia uma chuva de verão, que chegou rápido e em poucas horas foi embora. Quando deu uma diminuída, cada um foi montar suas barracas.

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---------- Sobre História... ----------

História da cidade de Camaquã 
Os primeiros sesmeiros que se estabeleceram na região foram: o Sargento-Mor Boaventura José Centeno, o Sr. Antônio Lopes Duro e o Capitão Joaquim Gonçalves da Silva (pai de Bento Gonçalves). A história de Camaquã tem início em 9 de dezembro de 1815, quando foi concedida a licença para a criação da Capela Curada de São João Batista de Camaquã, construída em terreno doado pelo Capitão, considerado fundador do município. 
Entretanto, o povoamento, não se efetuou, em virtude da falta de água nas proximidades da capela, que pudesse suprir as necessidades da povoação. Esta é a primeira data oficial consolidando a criação de uma comunidade. É, portanto, seu fundador, segundo pesquisas do historiador Luis Alberto Cibilis, o Capitão Joaquim Gonçalves da Silva, doador do primeiro terreno para construção da Capela e o requerente da provisão que a criou. 
A região onde atualmente está localizado Camaquã já era conhecida desde os tempos coloniais de 1714. Por volta de 1763 diversos casais açorianos foram descendo para o Sul, localizando-se na margem esquerda do estuário Guaíba e da margem direita da Laguna dos Patos, fundando fazendas e charqueadas, até o rio Camaquã.
Igreja Matriz de Camaquã (RS) - 1959

O povoamento da região foi despertado pelo interesse religioso e pecuário. A população cresceu com a vinda dos imigrantes: portugueses, franceses, poloneses, alemães, espanhóis, negros e com os já donos desta terra, os irmãos indígenas. Constava do extenso território da Freguesia do Triunfo, as sesmarias do Cordeiro, do Duro e do Cristal de propriedade do Capitão Joaquim Gonçalves da Silva, pai de Bento Gonçalves, que ao doar terreno na atual localidade da Capela Velha, 8º distrito requereu autorização para fundar a Capela Curada de São João Batista de Camaquã.  
Camaquã possui também a riqueza de fatos históricos decorrentes do período da Revolução Farroupilha (1835-1845). Em 1844, foi erguida uma nova capela em terras doadas por Ana Gonçalves da Silva Meirelles, à margem esquerda do Arroio Duro, local onde hoje se situa a cidade. Assim, alguns historiadores também destacam D. Ana como fundadora de Camaquã. 
Bento Gonçalves era filho de estancieiros ricos. O capitão Joaquim Gonçalves da Silva, seu pai, possuía terras na Piedade, em Triunfo, e no Cristal, cercanias do Passo do Camaquã. Já sua mãe, era neta de Jerônimo de Ornellas, dono da sesmaria sobre a qual surgira Porto Alegre.
Essas sesmarias englobavam toda a cidade: tinha a sesmaria do Cristal, Sesmaria do Cordeiro e outra, eram três. Depois, com a morte de Joaquim Gonçalves, Bento, Ana e Antônia dividiram as terras.
Um mapa com 150 anos, datado de agosto de 1857, foi encontrado no prédio da sede da Prefeitura. Nele, se observa o primeiro planejamento urbanístico realizado na cidade, então Povoado de São João Batista de Camaquã. A partir de um trabalho da arquiteta da Secretaria Municipal de Infra-estrutura Natália Silva houve a digitalização do mapa: “A grande dificuldade era retirar do quadro sem danificar, pois o mapa estava grudado no quadro. Com o tempo e a umidade criou uma resina” explica. O original, em uma espécie de papiro, está agora no gabinete do prefeito em uma nova moldura. Conforme assinado no mapa, o levantamento da planta foi elaborado pelo encarregado de obras Luís Pereira Dias ele foi responsável também pelo primeiro mapa de Porto Alegre. 
A vila Pacheca é a região mais importante da cidade em termos de vestígios históricos. Todas as casas da vila estão na beira do Rio Camaquã que era, para esse povoado, o acesso ao mundo. Ali, está a casa de Manoel da Silva Pacheco, considerado fundador de Camaquã, apesar das controvérsias. A vila é conhecida Pacheca porque, quando ele faleceu, sua esposa ficou administrando a fazenda. A localidade viveu um surto de progresso devido às granjas. Em 1922, tinha telefônica e pista de pouso da Varig.
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Manoel da Silva Pacheco foi uma figura de destaque em seu tempo, e sua propriedade centralizava toda a atividade e trânsito do distrito por dois motivos: um era a profissão do dono, Juiz de Paz; outra era que alí, na margem do rio, havia um passo. O Juiz de Paz possuía a responsabilidade de conciliar, processar e julgar cobranças de pouco valor e realizar casamentos. Juntamente com o Delegado de Polícia, era a maior autoridade da região. O casarão de Manoel da Silva Pacheco fica na margem esquerda do Rio Camaquã, na agrovila da Pacheca. De estilo colonial português, segundo a família, foi construído bastante antes de 1850, porque nesta data foi submetido a uma reforma.

Esta moradia era muito importante também pela questão dos transportes: facilidade de transporte pela laguna, até Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande, Montevidéu e Buenos Aires e pela possibilidade de alí se atravessar o Rio Camaquã. Dependendo das chuvas, podia ser feito a pé, a cavalo, com carreta de bois e na época das cheias necessitava um barco ou barca.

Isto se chamava Passo, ou seja um lugar de rio ou arroio que permite passagem. No final do século XIX recebeu o nome de Passo da Pacheca, em homenagem a viúva de Manoel da Silva Pacheco. A passagem de rios ou arroios com muita água ou cheios era muito difícil e perigosa, exigindo muita competência e coragem. Haviam travessias a nado que chegam a parecer feitos imaginários aos homens de nossos dias.

O Passo da Pacheca, sobre o Rio Camaquã, era uma dessas travessias. Os passos eram passagens obrigatórias. Todo trânsito de uma região ou regiões se dirigia para eles. Por ali havia muita agitação com a passagem de viajantes carreteiros, tropeiros e tropas militares, por vezes ali se permanecendo um dia ou mais, e a sua hospitalidade tornou seus proprietários muito conhecidos e bem relacionados.
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Na Pacheca existem outros lugares históricos: a Fazenda da Tapera, sesmaria dos Centenos; a da Barra, próximo ao atracadouro da balsa que passa para a ilha de Santo Antônio. Ali tem o local da primeira casa de D. Antônia Gonçalves da Silva, irmã de Bento Gonçalves. A fazenda chegou a ter 500 empregados na década de 20. 
Quando Garibaldi chegou à Sesmaria do Brejo, também de propriedade de D. Antônia, já encontrou dois lanchões em construção, sob a orientação do norte-americano John Griggs. Nos galpões da velha charqueada o governo republicano mandou construir o seu estaleiro. No final da Revolução Farroupilha, Bento Gonçalves se recolheu à Estância do Cristal, então em Camaquã.
---------- Sobre História... ----------

No início da noite, já apareciam estrelas no céu e o pessoal já estava na volta da fogueira, dando risada, comendo o famoso "salsichão 12 horas". Escutamos as famosas histórias das bolas de fogo e do lenhador de Tapes. Com o passar das horas, os remadores iam se recolhendo para suas barracas, e perto das 23h todos já tinham ido dormir. A maioria com dor na barriga: uns de tanto rir, outros de tanto comer, outros ainda com fome.












Vale lembrar que o amigo Damor, estreando nos caiaques fechados, remou super bem, foi pegando segurança e se adaptando ao caiaque. No início fiquei por perto, convesando com ele para tirar o nervosismo das primeiras remadas, mas a medida que fui notando que ele estava se sentindo bem, me afastei e deixei ele dar suas remadas com mais liberdade.

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No domingo, recebemos o chamado do Pedrão para que não ficássemos nos amarrando muito no acampamento, pois ele queria que mantivéssemos o cronograma e chegássemos cedo no ponto final, para dar tranquilidade aos remadores que vieram de mais longe e ainda teriam bastante estrada até suas casas.



















O vento estava mais forte do que no sábado, vez por outra com algumas rajadas. Chegando na lagoa, nem 400 metros remados e já estávamos de volta num outro braço do Rio Camaquã. 

A passagem pela lagoa foi um tanto tensa para mim, pois eu estava bastante preocupado com o Damor. Fui tentando guiar suas remadas, tentando fazer um trajeto seguro. Ele me relatou que sentiu que o barco com um pouco menos de estabilidade nas ondas da lagoa, mas nada forte o suficiente para derrubá-lo. Demos a volta na Ilha Santo Antônio e logo já estávamos entrando novamente no rio. Deu tudo certo... Senti aquela sensação de missão cumprida, sucesso, felicidade... Tinha dado tudo certo e agora eram apenas mais alguns quilômetros até a balsa.

Fizemos uma breve parada para agrupar a turma e depois todos fomos rio a dentro, em direção ao ponto final. Em menos de uma hora, nós estávamos tirando os caiaques da água, felizes, molhados e pensando em qual será a próxima remada...








  


---------- Sobre História... ----------

O nosso ponto final da nossa remada foi onde começou uma das maior travessias gaúchas... Essa história foi contada e documentada pela Zero Hora, em http://especiais.zh.clicrbs.com.br/especiais/seival-garibaldi/
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2012/09/paixao-no-estaleiro-de-garibaldi-3884225.html.
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Na foz do Rio Camaquã, na localidade chamada Xarqueada - época do decênio farrapo - se sobressaia na paisagem, a Estância da Barra (que pertencia à antiga Sesmaria do Brejo, hoje Pacheca - 6º distrito). Ali seria a residência oficial das sete mulheres na novela ficcional. A casa atual bastante adulterada foi construída pelo pai do camaquense Hildebrando José Centeno (1856/1929), provavelmente na década de 1880/90. Segundo o pesquisador João Máximo Lopes, a casa verdadeira, onde residiu Antônia Joaquina da Silva, irmã do Gal. Bento Gonçalves, poderá ser localizada escavando-se ao lado da edificação atual. 
A chamada “casa das sete mulheres” tem despertado o interesse de turistas e visitantes, que após a exibição da minissérie global sentem-se atraídos pelo local, e por desconhecimento acabam confundindo a realidade com a ficção. Na verdade, a atual residência foi sede da propriedade de Hildebrando José Centeno, um dos maiores estancieiros de seu tempo - chegou a contar com 500 peões e operários -, e foi herdada pelo seu filho Nicanor Centeno. Mais tarde ela pertenceu a Claro Pires e em 1937 foi adquirida por Theo Wagner, e atualmente a casa é um reduto de veraneio de suas filhas.

Foi nas proximidades daquele local, que o revolucionário Giuseppe Garibaldi montou seu estaleiro e construiu parte da esquadra farrapa, entre eles, os famosos lanchões conduzidos por cem juntas de bois - o Seival e o Farroupilha. Ali o condottiere viveu seu amor platônico pela bela Manoela, sobrinha do general. Embora o namoro não tenha se concretizado o episódio também foi bastante explorado no romance “A casa das sete mulheres”, e posteriormente na minissérie global. 
Cabe ressaltar que as propriedades dos Gonçalves da Silva, estrategicamente, ficavam próximas. A distância entre a Fazenda da Figueira (onde faleceu Caetana) e a Estância da Barra (propriedade de sua irmã Antônia), na Sesmaria do Brejo, é de aproximadamente 50 km. Este seria o cenário real de “A Casa das Sete Mulheres”, em território camaquense. 
Do ponto de vista histórico em relação ao lugar fica uma comprovação: o estaleiro de Garibaldi foi construído nas ilhas bem em frente ao atual atracadouro da balsa próximo ao local da casa que pertenceu a Hildebrando Centeno, um dos pioneiros da lavoura de arroz em Camaquã, no início do século XX, e inclusive alguns móveis do estancieiro até hoje se encontram na propriedade da família Wagner.
---------- Sobre História... ----------

Fomos buscar os carros na granja e depois voltamos até a balsa para carregar os caiaques e resgatar o restante dos remadores. Fizemos o trajeto pela estrada de chão batido, todos juntos... Ao chegar na BR-116, cada um tomou seu rumo. Eu e o Damor rumamos de volta para Porto Alegre... Cansados, mas felizes pelo sucesso da primeira remada do Damor nos oceânicos. Ele foi muito elogiado pela turma toda, pelo ritmo imposto e pela tranquilidade e grande parceria.

Mais uma remada pra conta... Segue nosso trajeto, monitorado no Strava...






Links e Referências

P.S.: Peguei várias fotos tanto no grupo de Whatsapp quanto no Facebook e não sei bem os autores... Quem puder/quiser me mande uma mensagem que no mesmo momento já coloco as devidas autorias das fotos... Obrigado!

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