A expedição transcorreu como contarei a partir de agora, em 18 relatos diários, divididos em aproximadamente 18 posts... Esses relatos são baseados em fotos que tirei e nas minhas lembranças, portanto relatam apenas a minha visão das diversas situações que vivemos, podendo contrastar com o ponto de vista dos outros remadores que estavam juntos...
Dia 1 (04/01/2015): A tensão pré-remada era grande e fez com que eu mal conseguisse dormir de Sábado para Domingo. O sono era leve e antes das 6 da manhã do Domingo eu já estava acordado. Naquela manhã, curti os últimos momentos em casa, tomando um bom banho quente e depois saboreando vagarosamente um café da manhã. Agradeci minha mãe por todo o empenho dela para que a expedição acontecesse e depois, pelas 7 horas, fomos para a Praia do Laranjal. Fui o primeiro a chegar por lá.
Aquele seria o cenário de nossa saída e depois também de nossa chegada... o famoso trapiche da Praia do Laranjal. De fato, lembrei das frases sobre uma futura aventura, o Caminho de Santiago: Não existe início nem final, apenas o caminho. E isso se aplicava perfeitamente naquela nossa remada... a gente já conhecia o local de início e de final... a grande descoberta seria todo o grande trajeto que ligava estes dois pontos.
Começamos a ajustar as coisas nos caiaques quando o pessoal da RBS chegou e foi gravar uma matéria sobre a nossa partida para o Jornal do Almoço de Pelotas. A gravação foi super descontraída e a reportagem ficou bem bacana. Ela pode ser acessada no site G1.
Lá estavam nossos familiares, alguns remadores do Grupo Graxaim, além dos incentivadores dos esportes náuticos Leo e Larry da guarderia Prowind, dando aquele apoio... A lagoa estava lisa e o tempo ótimo para iniciar uma remada...
Com os caiaques cheios de mantimentos (o meu caiaque tinha aproximadamente 10 pacotes de massa, enlatados, sucos de caixinha, isotônicos, suco em pó, +- 35 litros de água, alguns pães, batatas, latas de atum, bolachas, doces, algumas frutas), carta náutica da Lagoa dos Patos, bússolas, kits de primeiros socorros, material de acampamento e muita vontade de alcançar um feito histórico, saímos em direção à cidade de Rio Grande, numa primeira viagem de quase 40 km.
Nos primeiros quilômetros estavam junto os amigos Joel Ramos, Adriano Buiú de SUP, Lucas Camacho no Xavante I, Giovanni e Mundico. O Buiú nos deixou antes do Canal São Gonçalo. O Joel, Gio e Mundico nos deixaram, perto do Saco do Silveira. Tínhamos muita vontade que o Joel fosse junto, mas por questões de serviço ele não conseguiu se liberar... Deus certamente sabe o que faz.
Logo em seguida começamos a sentir aquela sensação de liberdade crescente... de que a partir daquele momento estávamos livres de horários e obrigações... que podíamos fazer as coisas do nosso jeito... Eu já tinha vivenciado isso e é um sentimento que eu realmente gosto. Além disso conversei um pouco com a gurizada sobre espírito de equipe, sobre sermos um verdadeiro time... e que deveríamos compartilhar qualquer dor, medo ou preocupação, tudo, uns com os outros... para garantir nossa própria segurança e o sucesso na empreitada.
Foi um bom dia de remada, com direito a uma parada na Ilha da Torotama para falar com o seu Osmar...
e outra parada na Ilha dos Marinheiros para fazer um lanche e descansar um pouco.
Para mim foi novidade a estranha sensação de remar na Lagoa e ter a água bem salgada. Além disso, estranhei bastante as travessias entre as ilhas de Rio Grande, pois eram alguns bons quilômetros que as separavam, mas sempre com pouca profundidade, normalmente menos de 50 cm...
Mesmo com o vento contra no final da tarde, a imagem crescente da cidade de Rio Grande nos deu o ânimo final para terminarmos aquele primeiro dia de remada...
No final do dia, o Anderson, Lucas e eu chegamos e fomos bem recebidos na guarderia Windplace (cujo dono é o Fabian Saavedra) pelo seu Darci (ou Darça). Lá existe uma estrutura completa para o pessoal do Wind e Kitesurf. Nós tomamos um mate, conversamos com o Darça, nos alimentamos, e ficamos ali apreciando o sol se apagando no horizonte...
Depois, aproveitamos o banho quente, tomamos até uma cerveja, jogamos sinuca e, finalmente, descansamos no maior conforto, pois nem precisamos montar acampamento, dormimos dentro da guarderia, com colchões que o Darça nos emprestou. O Lucas não quis colchão e fez uso de uma rede...
O trajeto que fizemos foi aproximadamente o mostrado no mapa:
Que legal! Começando a ler os relatos agora, devagarito! Sempre me dá dor de barriga antes de qualquer remada ou pedalada mais longa. Imagino vocês, prestes a encarar uma looonga remada...
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