(Trajeto do 6º dia, saindo da Ponta do Bojuru e parando no Pier Brum, um pouco antes do Farol Capão da Marca.)
Dia 6 (09/01/15): Nunca acordávamos cedo: sempre lá pelas 8 horas, para levantar acampamento, tomar café e deixar tudo pronto dentro dos caiaques, para partir pelas 9 horas, 9:15.
No início da remada, pela parte da manhã, fizemos uma travessia, logo depois da ponta do Bojuru. Depois de aproximadamente 3 horas remando, avistamos uma praia onde havia um pequeno trapiche, então pensamos em chegar pois deveria haver alguém por lá. Nos aproximamos de uma casa onde havia uma senhor assistindo televisão, tudo deserto em volta, ele levou um susto, apesar de nossa aproximação ser sempre com muita calma, falando aquele tradicional Buenas, já sem estar usando os óculos escuros nem o chapéu, em sinal de respeito...
Conversamos e explicamos a que vinhamos. E o Sr. Marleu falou: mas, que aventura! Estávamos a 3 dias sem dar sinal para casa, e pedimos emprestado um telefone. Ficar sem avisar a família sempre nos deixava preocupados, pois ficávamos lembrando dos temporais e da preocupação dos nossos familiares, sem nenhuma notícia.
O dono da casa foi muito solícito, nos emprestou o celular que tinha que ser ligado numa antena externa... Fizemos ligações a cobrar e avisamos todos. Além disso, ele também colocou a disposição sua casa, caso quiséssemos pernoitar.
Fizemos um almoço e em torno de 14 horas da tarde, saímos de São José do Norte divisa com Tavares. Chegando o final da tarde, estava se aproximando um grande temporal, vindo do Sul. Antes dele chegar, atracamos os barcos, logo depois de um pequeno vilarejo de pescadores.
Ali existia um bom lugar para acampar, embaixo de uns pinheiros, mas para isso tivemos que subir um baita dum barranco... tivemos que levar os caiaques até lá em cima.
Nem tínhamos montado o acampamento e bateu uma chuvarada feia, temporal mesmo, com muito vento... a lagoa ficou bem agitada.
Sorte nossa que encontramos um quiosque, o Pier Brum, no meio do mato, para nos abrigarmos... Ele ficava depois da cerca, mas mesmo assim entramos e ficamos ali por um bom tempo, até o temporal passar.
Depois de um tempo me liguei que era o local onde os amigos Ligeiro e João Mauro falaram que tinham ficado...
Esperamos acabar o temporal, para depois montar o acampamento. Logo a natureza nos presenteou com um bonito arco-iris...
O final de tarde estava muito bonito, o céu parecia estar pegando fogo, o horizonte estava vermelho.
Naquele dia ficamos pensando: num puta temporal, no final da remada, achar um quiosque no meio da costa Leste... seria sorte, acaso, destino, ajuda de algo maior que nós? Não sei... Mas vale o questionamento...
Localização exata do Pier Brum (31°24'22.86"S, 51°11'58.31"O). Fica dentro da propriedade privada Haras Itapuã Sul, do proprietário Ricardo Marantes. |