É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver...
Martin Luther King
É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver...
Martin Luther King
O objetivo era ambicioso para apenas um final de semana... Nosso planejamento apontava o local inicial como a ponte sobre o Arroio Bananeiras, na RS-486 (também conhecida como Rota do Sol). O ponto final deveria ser o Bar Ponto Bom, na localidade de Morrinhos do Sul, totalizando um pouco mais de 40 km de caminhada, passando pela Trilha do Gerivá, pelo Cânion Pedras Brancas, pelo Vale do Josafaz e finalmente descendo o Cânion Tajuvas. Nossa trilha foi baseada em algumas outras descrita no site Wikiloc.
Trekking planejado. |
Acampamento: barraca completa, saco de dormir, isolante térmico, cordas, sacos de lixo grandes, lanterna de cabeça, canivete.
Roupa para caminhar: botas, meias, calça, cueca, segunda pele, fleece e anorak, chapéu e toca, óculos de sol, calça impermeável.
Roupa de descanso: calça segunda pele, camiseta de baixo, moletom, meias e cueca, chinelo.
Material para preparar a comida: panela, fogareiro e gás. Talheres, prato, caneca e algum recipiente pra esquentar água. Esponja. Isqueiro e pederneira. Filtro de água.
Comida: pé de moça e mariolas. Miojo. Salame. Bolachas e barrinhas.
Hidratação: 2 litros de água em 4 garrafas de 500ml.
Higiene e saúde: Papel higiênico, desodorante, pasta e escova, fio dental e enxaguante bucal pequeno. Protetor solar e protetor labial. Remédios para dor. Esparadrapo e fita micropore. Sorine. Colírio.
Localização: Mapas impressos, 2 celulares com os mapas carregados offline e pontos de GPS marcados, bússola.
Outros: GOPRO carregada, dinheiro e documento de identidade. Powerbank. Bastões de caminhada. Fita Silver Tape. Sacos estanque. Relógio. Mosquetão.
Mochilha preparada e lá fomos nós - Luiz Giglio, Lucas Almeida e eu (Pablo Grigoletti). Nossa equipe de apoio estava forte também: Cati Colling e Bibiana Borges Manna foram responsáveis por levar e buscar os trekkeiros.
Trekking realizado. |
Dia 17/09/2016 - Uma subida complicada
Fomos todos juntos de carro até o ponto inicial, na ponte sobre o Arroio Bananeiras. Depois das despedidas, tivemos nosso primeiro desafio: atravessar o Rio Três Forquilhas. Tivemos que achar o caminho até a antiga pinguela e depois atravessá-la.
Logo caminhamos um pouco e encontramos uma entrada, seguindo a trilha planejada, pelos clarões existentes na mata. Pelo visual já estávamos cientes que a puxada seria grande...
Logo no início da subida, o Luiz deu um mortal ao se escorar em uma árvore podre - nenhum ferimento - seguimos a subida. Algumas vezes nos perdemos pelo mato, mas logo estávamos de volta as trilhas programadas. Em um determinado ponto, encontramos uma casinha abandonada. Paramos lá para descansar. Depois de alguns minutos escutamos um barulho de tiro e logo nos aprontamos para continuar subindo e encarar um grande trecho de mata fechada.
Quase chegando no topo, em uma de minhas paradas para descansar, olhando para trás vi que um tropeiro também fazia a trilha e estava quase 1 km atrás de nós. Ele, seu cavalo e um cusco logo chegaram até nós. A mensagem que ele nos passou foi bem ao estilo curto e grosso: Estes campos são meu e não quero ninguém por aqui. Estão avisados.
Nos reunimos para decidir oque fazer. Decidimos continuar subindo. Vimos o campeiro lá em cima do morro, perto de uma casa. Pensamos em nos aproximar e tentar contato. Ficamos esperando até ele voltar para perto da casa. Nos apresentamos e explicamos nossos objetivos. Depois de muita conversa o seu Lauri nos permitiu caminhar por seus campos. Perdemos bastante tempo nessa função.
- É de se compreender que ele não queira ninguém por lá: provavelmente algumas pessoas passaram por lá e boa coisa não fizeram...
Ele nos deu dicas sobre a rota e logo seguimos em frente. Perguntamos se teríamos água no caminho e ele afirmou que sim... seguimos pois havíamos perdido muito tempo embrenhados no mato e depois esperando para falar com ele.
Já na Trilha do Jerivá, a sede e o medo de não encontrar água foi tomando conta da turma. Paramos e levantamos as possibilidades:
1) Acampar na cumeeira. No outro dia voltar e pegar água perto dos campos do seu Lauri. Descer pela trilha "oficial".
2) Arriscar seguir na trilha e provavelmente conseguir água após uns 11 km de caminhada, no cânion Pedras Brancas. E depois ir até Morrinhos do Sul.
Decidimos não arriscar, abortar o planejamento inicial, acampar e no outro dia fazer o reverse track.
Dia 18/09/2016 - Uma descida tranquila
Acordamos cedo e fomos em busca de água.
A descida foi tranquila, a trilha bem marcada e sem grandes dificuldades.
No final, depois de um ataque ao cume, 19,12 km e 10:47 de caminhada, chegando a uma altura máxima de 926 m, paramos na primeira tenda a beira da RS e tomamos 1 litro de caldo de cana cada um... Chamamos o resgate que logo veio nos buscar :)
Segue a trilha feita marcada no relógio Garmin: https://connect.garmin.com/modern/activity/1368287562
O realizado foi de muito aprendizado: é necessário estudar mais as trilhas para não precisar se embrenhar no mato; levar muita água, pois levei algumas coisas que nem usei e acabou faltando água, o que nos obrigou a terminar com o trekking. Além disso, sempre que possível repor a água, mesmo que acreditemos que logo teremos uma outra oportunidade para isso.
Caráca!!!! Que azedume do tropeiro!!! Uma vez, numa remada, fomos recebidos por um caseiro armado, que não nos deixou acampar na beira da lagoa.
ResponderExcluirSobre o tiro, morro de medo de bala perdida de caçador imbecil! No ano passado ainda, Leonardo e eu saímos para pedalar, aqui em Maquiné. Pegamos uma estradinha por onde nunca havíamos passado, um lindo lugar. A estradinha foi estreitando, estreitando e virou uma trilha no pé de um morro. Haviam carros estacionados no fim da estradinha e de repente, ouvimos tiros. A gente IA começar a subir a trilhazinha mas, resolvemos voltar para evitar uma bala perdida.
Muito legal o trekking! Não tinha visto esta postagem, ainda... bem legal!
Abraços!
Oi Ti... Sim o tropeiro não estava para muita conversa. E acredito que ele até deva ter suas razãos, pois deve ter muita gente mal educada e bagunceira que deve invadir as terras né. Realmente ainda estou aprendendo como lidar com esse dilema da propriedade privada... Qual a melhor abordagem? Infelizmente não o encontramos na entrada da trilha, para pedir permissão. Lição que aprendemos :) A região de vocês é muito linda :)
ExcluirAbraços
E aí Pablo! Beleza?
ResponderExcluirCara, eu e uns amigos estamos pensando em fazer a trilha das cumeeiras... Tu tens o contato do Tropeiro? rsrsrs
Não queremos correr o risco de levar um tiro do tropeiro... Gostaríamos de pedir permissão dele antes de entrarmos em suas terras... rsrs
Att.
César Faria
51 993089326
Opa Pablo, beleza?
ResponderExcluirFiz esse trajeto ai, porém descendo, vindo lá de Morro Azul.
http://semfazerforca.blogspot.com/2018/07/pacotao-de-ferias-curtindo-o-inverno.html
Encontramos proprietários em outra parte não tão distante do Gerivá, mas foi tranquilo. Tenho impressão de talvez ter falado com o mesmo senhor que está na tua postagem, não tenho certeza.