12/12/2016

Curso de Primeiros Socorros em Áreas Remotas - WFA 2016



Nos dias 09 e 10 de dezembro de 2016 fiz o Curso de Primeiros Socorros em Áreas Remotas - WFA (Wilderness Firs  Aid), promovido pela Gaudério Adventure, com o instrutor Átila Rego Monteiro, da NOLS. O curso ocorreu no Basecamp da Gaudério, que fica no Passo do Inferno, em São Francisco de Paula.

Este curso oferece técnicas de primeiros socorros em ambiente outdoor, fornecendo habilidade, conhecimento capacidade e principalmente, segurança para tomar decisões em situações de emergência em áreas afastadas da civilização. Superou em muito as minhas expectativas: o local muito bonito, instrutor com muito conhecimento, turma toda interessada, mistura de teoria e prática...

Quinta-feira (8/12/2016): Na quinta, saí do trabalho e busquei o instrutor Átila Monteiro no aeroporto de Porto Alegre. Fomos em direção ao Basecamp. Foi uma viagem tranquila. Chegando lá já estava noite, montei a barraca rapidamente e fui confraternizar com o pessoal que já estava conversando no galpão.





Sexta-feira (9/12/2016): Acordamos cedo e tomamos um bom café coletivo no galpão. Depois passamos o dia todo em curso, a base de muito café e chimarrão. Cada um preparou o seu almoço.
O curso desenrolou até tarde. Tudo bem interessante e com bastante prática.








Na noite fizemos um bom churrasco. Hora de descontrair, tomar umas cervejas e dar boas risadas...



Sábado (10/12/2016): Dia de muito estudo também. Fizemos um almoço com o resto do churrasco.








Ao final todos ganharam seus certificados.


Voltamos para Porto Alegre ao final...

05/10/2016

Trekking nas cumeeiras - Um ataque ao cume

É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver...
Martin Luther King


O objetivo era ambicioso para apenas um final de semana... Nosso planejamento apontava o local inicial como a ponte sobre o Arroio Bananeiras, na RS-486 (também conhecida como Rota do Sol). O ponto final deveria ser o Bar Ponto Bom, na localidade de Morrinhos do Sul, totalizando um pouco mais de 40 km de caminhada, passando pela Trilha do Gerivá, pelo Cânion Pedras Brancas, pelo Vale do Josafaz e finalmente descendo o Cânion Tajuvas. Nossa trilha foi baseada em algumas outras descrita no site Wikiloc.

Trekking planejado.
Trekking planejado.
Na minha mochila, uma Mochila Deuter Pilgrim 40+10, coloquei os seguintes itens:

Acampamento: barraca completa, saco de dormir, isolante térmico, cordas, sacos de lixo grandes, lanterna de cabeça, canivete.
Roupa para caminhar: botas, meias, calça, cueca, segunda pele, fleece e anorak, chapéu e toca, óculos de sol, calça impermeável.
Roupa de descanso: calça segunda pele, camiseta de baixo, moletom, meias e cueca, chinelo.
Material para preparar a comida: panela, fogareiro e gás. Talheres, prato, caneca e algum recipiente pra esquentar água. Esponja. Isqueiro e pederneira. Filtro de água.
Comida: pé de moça e mariolas. Miojo. Salame. Bolachas e barrinhas.
Hidratação: 2 litros de água em 4 garrafas de 500ml.
Higiene e saúde: Papel higiênico, desodorante, pasta e escova, fio dental e enxaguante bucal pequeno. Protetor solar e protetor labial. Remédios para dor. Esparadrapo e fita micropore. Sorine. Colírio.
Localização: Mapas impressos, 2 celulares com os mapas carregados offline e pontos de GPS marcados, bússola.
Outros: GOPRO carregada, dinheiro e documento de identidade. Powerbank. Bastões de caminhada. Fita Silver Tape. Sacos estanque. Relógio. Mosquetão.

Mochilha preparada e lá fomos nós - Luiz Giglio, Lucas Almeida e eu (Pablo Grigoletti). Nossa equipe de apoio estava forte também: Cati Colling e Bibiana Borges Manna foram responsáveis por levar e buscar os trekkeiros.

Trekking realizado.
Trekking realizado.

Dia 17/09/2016 - Uma subida complicada

Fomos todos juntos de carro até o ponto inicial, na ponte sobre o Arroio Bananeiras. Depois das despedidas, tivemos nosso primeiro desafio: atravessar o Rio Três Forquilhas. Tivemos que achar o caminho até a antiga pinguela e depois atravessá-la.

Logo caminhamos um pouco e encontramos uma entrada, seguindo a trilha planejada, pelos clarões existentes na mata. Pelo visual já estávamos cientes que a puxada seria grande...

Foto 1.

Logo no início da subida, o Luiz deu um mortal ao se escorar em uma árvore podre - nenhum ferimento - seguimos a subida. Algumas vezes nos perdemos pelo mato, mas logo estávamos de volta as trilhas programadas. Em um determinado ponto, encontramos uma casinha abandonada. Paramos lá para descansar. Depois de alguns minutos escutamos um barulho de tiro e logo nos aprontamos para continuar subindo e encarar um grande trecho de mata fechada.

Foto 2.

Foi o trecho mais complicado que teríamos que atravessar. Não foi fácil e para piorar depois de algum tempo encontramos um paredão de pedras intransponível. Tivemos que ir costeando o mesmo até encontrar uma trilha para subir. Lá pelas tantas encontramos a tal trilha que nos levaria até o topo do morro.

Foto 3.

Quase chegando no topo, em uma de minhas paradas para descansar, olhando para trás vi que um tropeiro também fazia a trilha e estava quase 1 km atrás de nós. Ele, seu cavalo e um cusco logo chegaram até nós. A mensagem que ele nos passou foi bem ao estilo curto e grosso: Estes campos são meu e não quero ninguém por aqui. Estão avisados.

Nos reunimos para decidir oque fazer. Decidimos continuar subindo. Vimos o campeiro lá em cima do morro, perto de uma casa. Pensamos em nos aproximar e tentar contato. Ficamos esperando até ele voltar para perto da casa. Nos apresentamos e explicamos nossos objetivos. Depois de muita conversa o seu Lauri nos permitiu caminhar por seus campos. Perdemos bastante tempo nessa função.

- É de se compreender que ele não queira ninguém por lá: provavelmente algumas pessoas passaram por lá e boa coisa não fizeram...

Ele nos deu dicas sobre a rota e logo seguimos em frente. Perguntamos se teríamos água no caminho e ele afirmou que sim... seguimos pois havíamos perdido muito tempo embrenhados no mato e depois esperando para falar com ele.


Já na Trilha do Jerivá, a sede e o medo de não encontrar água foi tomando conta da turma. Paramos e levantamos as possibilidades:

1) Acampar na cumeeira. No outro dia voltar e pegar água perto dos campos do seu Lauri. Descer pela trilha "oficial".

2) Arriscar seguir na trilha e provavelmente conseguir água após uns 11 km de caminhada, no cânion Pedras Brancas. E depois ir até Morrinhos do Sul.

Decidimos não arriscar, abortar o planejamento inicial, acampar e no outro dia fazer o reverse track.


Dia 18/09/2016 - Uma descida tranquila

Acordamos cedo e fomos em busca de água.








Chegamos felizes na única fonte de água encontrada. Enchemos todas as garrafas e tratamos com pastilhas de Clorin. Depois de meia hora, estávamos feliz, descendo e bebendo água.






A descida foi tranquila, a trilha bem marcada e sem grandes dificuldades.




No final, depois de um ataque ao cume, 19,12 km e 10:47 de caminhada, chegando a uma altura máxima de 926 m, paramos na primeira tenda a beira da RS e tomamos 1 litro de caldo de cana cada um... Chamamos o resgate que logo veio nos buscar :)

Segue a trilha feita marcada no relógio Garmin: https://connect.garmin.com/modern/activity/1368287562

O realizado foi de muito aprendizado: é necessário estudar mais as trilhas para não precisar se embrenhar no mato; levar muita água, pois levei algumas coisas que nem usei e acabou faltando água, o que nos obrigou a terminar com o trekking. Além disso, sempre que possível repor a água, mesmo que acreditemos que logo teremos uma outra oportunidade para isso.

06/08/2016

Remada Conhecendo as Lagoas do Norte

Quando foi a última vez
que você fez algo 
pela primeira vez?

O amigo Alexandre Goularte aceitou a proposta de remar pelas Lagoas do Norte... Fizemos uma reunião rápida uma semana antes da data planejada para o início da remada.

Na segunda-feira (25/07) fui para Capão da Canoa e fiquei monitorando a previsão do tempo e os ventos. Como a previsão era de muito vento, por questões óbvias, resolvemos iniciar a remada apenas na quinta-feira (28/07), modificando também o trajeto.


Marcamos o ponto de encontro ao lado da ponte sobre a barra do J. Pedro, as 8:30 de quinta-feira (28/07).


No dia e hora marcado, estávamos lá, Alexandre e eu... Depois de arrumarmos as tralhas e das despedidas, iniciamos a remada.

1º dia de remada (28/07/2016):

Foi um dia bem tranquilo de remada, com a maioria do tempo remando por rios e canais.






(Foto de Alexandre Goularte)

A maior dificuldade foi achar um lugar tranquilo para acampar. Antes de chegar perto de Tramandaí não haviam muitos pontos para fazer um acampamento, o rio era cercado de junco e banhado. Fomos nos aproximando da cidade, o que não nos agradava muito. Muitas casas luxuosas na beira do rio. 






Acabamos achando um terreno vazio ao lado de grandes casas, perto de condomínios de luxo. Esperamos escurecer um pouco para armarmos as barracas, tentando não chamar muito a atenção de ninguém. 










(Foto de Alexandre Goularte)

Depois de montarmos o acampamento, o caseiro da casa do lado apareceu. Contamos nossa história, de onde vínhamos e para onde iríamos... Ele nos escutou, deu algumas dicas, ligou o alarme da casa e foi embora.

O Alexandre levou um FOGAREIRO NAUTIKA DUO. Achei muito legal, apesar de ocupar um pouco de espaço. Então, para a janta, fizemos arroz com galinha e seleta de legumes. Não sobrou nada. 


Depois disso, hora de descansar... Foi uma noite muito fria.

Segue o caminho realizado no primeiro dia:


2º dia de remada (29/07/2016):

Acordamos e tomamos um bom café da manhã, depois ficamos tirando algumas fotos e esperando as coisas secarem um pouco para podermos guardá-las.

(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)

Seguimos em direção a ponte de Tramandaí. No caminho, mais várias mansões na beira do rio. Finalmente chegamos na ponte e passamos pro outro lado. Como de costume, tinha um pessoal pescando por lá. 

(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)




(Foto de Alexandre Goularte)


Depois disso, tentamos usar as velas um pouco... Funcionou até chegarmos perto da ponte do Rio Camarão. Fizemos uma parada de almoço lá no rio.







Seguimos remando e começamos a encontrar dificuldades em encontrar as entradas dos canais... O junco começou a atrapalhar um pouco. Passamos pela Lagoa de Tramandaí, das Custódias, do Gentil e do Manuel Nunes. 











Já quase no final do dia, bem perto da Lagoa da Fortaleza, tivemos que passar pela primeira barragem. Tivemos que transpor os caiaques por fora da água, pois não existia nenhuma forma de passar por lá remando. 












A passagem pela barragem nos fez perder um tempo. Tivemos que acelerar e encontrar um local para acampar, pois o sol já estava se pondo. Só encontramos um mato bem longe da água. 





Foi um grande esforço carregar os caiaques lotados de tralhas por mais de 200 metros. O acampamento era bem protegido do vento, mas grudado numa cerca elétrica...

(Foto de Alexandre Goularte)

Depois do acampamento monta, hora de preparar a janta: macarrão com molho e linguiça calabresa. Ajudei o Alexandre a tirar algumas fotos do acampamento e da Via Láctea. Depois era hora de descansar.

(Foto de Alexandre Goularte)

Segue o caminho realizado no segundo dia:


3º dia de remada:

Acordamos e tomamos um bom café da manhã. Arrumamos as tralhas e fomos levando lentamente para perto da água. Um tempo depois, um campeiro veio dar uma olhada no que estávamos fazendo. Batemos um papo e depois fomos terminar nossas tarefas antes de entrar na água.

(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)

Fizemos a travessia da Lagoa da Fortaleza e paramos para comer algo nas dunas de Cidreira. Depois disso, terminamos a Lagoa da Rondinha. Fizemos a Lagoa da Cerquinha.


(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)








(Foto de Alexandre Goularte)





Nosso objetivo era encontrar algum local para acampar no canal, mas não havia. No final do canal, mais uma surpresa: outra barragem. Tivemos que encontrar e carregar os caiaques, pois também não havia como passar remando.









(Foto de Alexandre Goularte)


(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)

Passando a barragem, não havia como voltar. Tivemos que remar bastante para achar um local para acampar. O acampamento foi montado novamente bem longe da água, mas só carregamos o que iríamos precisar. Os caiaques ficaram na beira.



Fizemos uma três viagens para levar tudo. Já era noite quando terminamos. Uma nuvem escura tomou conta do céu e nos obrigou a trabalhar rápido para que o acampamento ficasse montado. Felizmente a nuvem passou sem nos trazer a chuva.

O jantar foi novamente arroz com galinha e seleta de legumes.

Segue o caminho realizado no terceiro dia:


4º dia de remada:

Acordamos e tomamos um bom café da manhã com o restinho do capuccino em pó. Depois tiramos algumas fotos do local de acampamento e finalmente fomos arrumar as tralhas... 







(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)

(Foto de Alexandre Goularte)

Caímos na água e terminamos a Lagoa do Cipó. Não foi fácil encontrar a saída, pois o canal estava tapado de junco...




Depois disso, resolvemos alterar a rota na Lagoa da Porteira, fomos pela costa oeste em direção ao acampamento indígena e até conseguimos avistar alguns índios escondidos por lá. Como eles normalmente não são de muita conversa, nem nos aproximamos muito... Parecia um acampamento exclusivamente feminino, pois não vimos nenhum homem por lá.

(Foto de Alexandre Goularte)



Saímos de lá e remamos mais um pouco para finamente chegar ao ponto combinado, lá pelas 14 horas. 











Logo a Cati chegou para me buscar e a família do Alexandre também. Mais uma remada realizada com sucesso.

Na volta, logo passamos pelo Camping Dunas Altas e pelo Farol Berta.



Segue o caminho realizado no quarto e último dia:


Valeu pela parceria Alexandre Goularte. Foi a primeira de muitas remadas...

Obrigado também aos que nos ajudaram nessa empreitada, seja com as dicas sobre o local ou com a logística de nos levar e buscar nos locais combinados.

Até a próxima.