29/04/2022

2ECPRSP - Segundo encontro de canoístas vindos do Paraná e de São Paulo - Abril de 2022



Trajeto dos 4 dias (1-rosa, 2-azul, 3-amarelo, 4-verde)
 
Dia 01 - Quinta - 21/04/2022


O dia começou com a turma carregando os caiaques e as tralhas para a beira d'água. Missão cumprida - fomos tomar um bom café na pousada.


Paulo, Pedro, Demathe, Rafa, Márcio, Leo, Cris, Guto e Pablo

Todos organizados fizemos um papo inicial sobre como seria aquele dia (ou o tão famoso briefing). Papo interessante onde avaliamos as variáveis que poderiam interferir na remada e também qual estratégia usar.



Como na noite anterior a moça da pousada falou sobre as dificuldades de navegar por fora da Ilha do Mel, nossa ideia foi ir até a ponta da Ilha do Mel e observar as condições do mar: se estivesse muito mexido, voltaríamos e faríamos uma portagem pelo trecho mais estreito da ilha, que não tinha mais de 100m.


Mas para isso, primeiro teriamos uma travessia do continente para Ilha do Mel, cerca de 5,5km, tendo como maior risco o grande fluxo de embarcações. Pegamos o rumo de um pequeno farol e fomos, ajustando a navegação de acordo com a derivação dos barcos.

Chegando na ilha, um breve descanso e seguimos na direção do mar, de forma costeira, apreciando o visual. 


Ao chegarmos na parte de fora, na Praia de Fora, talvés pelos bancos de areia, talvés alguns parceis, avistamos uma zona que chamamos de campo minado. Nela, apareciam ondas grandes quebrando já no outside, meio que aleatoriamente.

Na carta não aparecem bancos, mas apenas símbolos de arrebentações.
Segundo minha interpretação da Carta 12000 .


No campo minado, Pedrão capotou e foi jogado para a praia. Leo acompanhou até a areia. O resto do grupo ficou na água e seguiu remando parar sair do campo minado. De dentro da água, tentamos contato via telefone: depois de algumas tentativas conseguimos e ficamos sabendo que tudo estava bem, mas não tivemos detalhes, pois a ligação estava muito ruim.


Neste momento duas dinâmicas aconteceram: parte do grupo que estava na água foi buscar uma praia mais calma, à frente, para aportar (nada adiantava ficar ali, sem poder ajudar, só gastando energia, com risco de mais alguém capotar). Leo e Pedro começavam a pensar em uma estratégia para entrar na água novamente. Eu, Demathe e o caiaque duplo com Rapha e Cris ficamos observando as tentativas de reentrada, pensando em alguma forma de ajudar. Depois de algumas tentativas, deu certo e os dois remadores (Leo e Pedro) estavam novamente na água, todos bem.

Grupo reunído parcialmente novamente, fomos procurar onde o pessoal tinha aportado. Acharam uma prainha calma e boa para um breve descanso e conversa. Paramos praticamente no ponto mais estreito da ilha.
Ilha das Peças é uma ilha localizada na Baía de Guaraqueçaba no estado do Paraná. Sua população é de cerca de 350 pessoas. A ilha faz parte do Parque Nacional de Superagüi, e é vizinha da Ilha do Mel.
 
Os primeiros habitantes do território foram os índios tupiniquins. Na época da pirataria, chegaram os europeus: franceses desembarcavam em Superagüi e se refugiavam na Ilha das Peças para aguardar as embarcações que iriam saquear.

O nome de Ilha das Peças teve origem devido ao tráfico de escravos, pois, escravos vindos do Norte eram trazidos para trabalhar no Sul, mas como este comércio era proibido, os navios não podiam chegar até Paranaguá com a “carga” de escravos a mostra, então, as "peças", como os escravos eram chamados naquele tempo, eram deixadas em uma ilha na entrada da Baía de Paranaguá. As ilhas eram lugares estratégicos para os comerciantes, pois ficavam a uma boa distância da cidade, tinham bom lugar para desembarque e os escravos poderiam ser escondidos até que se concluísse a negociação em Paranaguá.

Outra versão afirma que a ilha recebeu o nome porque a ilha era um esconderijo para as peças saqueadas por piratas, mas nenhuma das versões tem registro oficial.

Depois seguimos e Leo e Márcio pararam para fotografar o forte. Eu e Pedro ficamos aguardando na água. O resto do grupo seguiu travessia para a Ilha das Peças.





Leonardo e Marcio voltaram pra água e vieram remando até onde eu e Pedro estávamos. Conversamos um pouco e logo eles já se distanciaram remando. Fomos eu e Pedro fazendo a travessia com tranquilidade, e chegando do outro lado, encontrei o primeiro grupo na água (Rapha e Cris, Demathe, Guto, Paulo) conversando sobre o que fazer. Também conseguia vervo Leonardo tirando fotos do farol caído e o Márcio por perto.

Avisei o grupo maior que iria desembarcar para dar uma mijada urinar. Chegando lá, vi o Leonardo e Márcio indo na direção contrária do grupo maior, corri quase 2 km (pelo menos achei que era isso) na direção deles, apitando e tentando contato. Mas acredito que pelo barulho das ondas e pela distância, eles não me escutaram. Voltei caminhando até o meu caiaque e fui remando em busca do grupo maior, sem compreender bem o que tinha acontecido. 

Fomos remando para dentro da baía até encontrar um lugar com uma quantidade maior de areia bem branca, sinal de que a maré não chegara ali nos últimos dias. Além disso, conversamos com um pescador que disse que ela não subiria muito na próxima noite. Acabamos acampando mais para dentro da ilha. Fomos agraciados com um belo final de tarde.



Enquanto isso, Leonardo e Márcio acamparam mais perto do mar aberto, com um belo visual para a Ilha das Palmas.


Conseguimos contato pelo Whatsapp e combinamos deles nos aguardarem no outro dia. Feito isso, ritual de acampamento, monta barraca, come, dorme. Além disso, muitas risadas ao ver as inúmeras tentativas do Demathe de fazer um simples arroz.

Pela cara dele, devia estar muito bom...

Dia 02 - Sexta - 22/04/2022

Tracklog do Demathe.

Tracklog do Márcio e Leonardo.

Acordamos e desarmamos acampamento rápido preocupados com a chuva que parecia estar chegando. Iniciamos a remada e logo encontramos Leonardo e Márcio - reunimos o grupo todo novamente.

Remamos de boa até Superaguí. Na chegada também tinha uma pequena confusão de ondas: chamada pelos locais de inferninho, devido aos grandes bancos de areia.



Depois subimos o rio Superaguí até a famosa Ilha do Pinheiro (chamada pelo Paulo de Ilha do Caralho). Paramos lá para tomar um café, patrocinado pelo Demathe. Encontramos uma casinha na ilha, lugar perfeito para nos abrigarmos da chuva e vento que tinha naquele momento.



Até coloquei uma jaqueta seca, achando que o tempo ruim iria continuar. Que nada, foi só começar a remar e logo fiquei com calor. Vento ajudando, fomos remando até a Vila Fátima, onde fomos muito bem recebidos. Jantamos muito bem e fomos descansar. 



Chuva na madrugada + barraca velha = goteiras + goteiras...

Dia 03 - Sábado - 23/04/2022


O dia iria ser curto, então nos demos ao luxo de esperar a chuva parar para então sair das barracas. Um café com todos reunidos e o sol logo apareceu para secar todos os nossos equipamentos. Lentamente fomos nos organizando e saímos da vila umas 11 horas da manhã. Remada até Poruquara, buscando conhecer alguns trechos diferentes. Depois de tentar encontrar algum barzinho por lá, seguimos para a Toca da Cataia. 

No meio do caminho, Demathe parou para ver e nos apresentar um famoso sambaquí. Acabei não ficando por lá para a aula, mas o pessoal parece que deu uma boa explorada pelo local.


Do sambaquí até a Toca é um trecho bonito e com muitos bancos de areia e alguns botos ou golfinhos, não sei...


Chegando na toca, organizamos as coisas e aproveitamos o jantar com o pessoal de PR e SP. 





Ao ir pra barraca, céu claro, cheio de estrelas, esperança de uma noite sem goteiras...

Dia 04 - Domingo - 24/04/2022


Noite de mais chuva e barraca molhada. Acordamos cedo, tomamos um café com o pessoal do encontro e bora pra água. Além de nós, outros remadores também seguiram este mesmo ritual. 


Na saída, vários Guarás sobrevoando o rio, num amanhecer tranquilo. Neste dia, foram aproximadamente 35km contornando a parte oeste da Ilha das Peças e da Ilha do Mel. 

Fizemos algumas paradas para alimentação durante o trecho. Não lembro de nada que tenha chamado muito minha atenção, sentindo até uma certa monotonia. Prainha na ponta da Ilha do Mel tinha um visual top, lá tiramos a foto oficial da remada.


Chegamos no local de início pelo meio da tarde. Uma muvuca por lá, mas gosto muito de chegar nas praias quando tem alguma música rolando. 

Nosso grupo:

Chris e Rapha Campos de Curitiba (PR)

Alexandro Demathé de Tubarão (SC)

Leonardo Esch de Maquiné (RS)

Márcio de Imbé (RS)

Pablo Grigoletti de Porto Alegre (RS)

Paulo Saczuk de Curitiba (PR)

Pedro Auso de Camaquã (RS)

Guto Merkle de Curitiba (PR)

Referências:

Fotos tiradas por:
- Alexandro Demathé,
- Chris e Rapha Campos, 
- Guto Merkle, 
- Márcio, 
- Pablo Grigoletti, 
- Paulo Saczuk,
- Leonardo Esch

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