Um milhão de metros: REMADA S.O.S. RIO CAMAQUÃ

Em cada volta de praia

Em cada barranca do rio

Ficaram as pegadas somente

Da capivara assustada

E do canoísta

Que dali partiu.

Belo Rio Camaquã!

Do serpentear do teu leito

Levamos a grata lembrança

Do vigilante Martim-pescador,

Do vôo da Garça moura,

Do saltar da tainha,

Da espuma da correnteza,

Da rede do pescador...

(Vera Regina Sant’Anna Py)

Dentre os diversos significados dados ao nome de Camaquã, o mais adequado segundo o autor Antonio Cândido Silveira Pires é o de rio correntoso ou rio forte. Camaquã vem de Icabaquã e na língua tupi-guarani ‘I’ significa rio, água e ‘Cabaquã’ quer dizer velocidade, correnteza.

Data/período de início: manhã do dia 08/01/2017.
Local de saída: Rio Camaquã, Ponte do Cristal.
Local de chegada: Prowind, trapiche da Praia do Laranjal.
Distância: +- 160 km.
Tempo estimado: 3 ou 4 dias, dependendo das condições climáticas.

Observação: sem nenhum tipo de apoio por terra.
Interessado na remada? Entre em contato e venha remar por esta causa...

Com o apoio do nosso amigo Diogo Cassal, saiu uma reportagem sobre a remada online e também na versão impressa do Jornal do Laranjal...

Como foi a nossa remada?

1º dia: a turma combinou de se encontrar nas margens do Camaquã, sob a ponte do Cristal... Eu e o meu pai Sylvio fomos no meu carro, levando o caiaque Egeo da M&G Kayaks para sua inauguração. O Alexandre Goularte saiu de Viamão com o seu cunhado, levando um Kayapo da Ygará. O Anderson Cardoso e o Eduardo Kickhöfel também vieram de Pelotas, na companhia do seu Nilo e do Adriano Buiú, trazendo um Netuno 530 da Netuno Kayaks (Anderson) e um Artic da Eclipse (Eduardo).

Nos encontramos exatamente as 9 horas no local combinado. Inicialmente tivemos um pequeno trabalho para levar tudo até a beira do rio, devido a grande faixa de areia existente, mas devagarzito deu tudo certo, organizamos tudo e tiramos algumas fotos com a turma que estava lá nos ajudando.

(Foto: Alexandro Goularte)

(Foto: Adriano Buiú)

Caímos na água e fomos remar, curtindo as belezas do Rio Camaquã, considerado umas das 7 maravilhas naturais do estado do Rio Grando do Sul. Depois de algumas horas de remada fizemos a primeira parada para alimentação e alguns ajustes nos caiaques.

(Foto: Alexandro Goularte)

Seguimos em frente e logo enfrentamos uma pequena chuva de verão...

Seguimos remando, mais uma pancada de chuva e então uma parada nas barrancas um pouco antes da Pacheca...

(Foto: Alexandro Goularte)

Passamos a Pacheca e começamos a procurar um lugar tranquilo para acampar... Local escolhido e acampamento montado.... Acabamos usando uma lona para proteger as barracas, por causa das chuvas constantes...

Pessoal estava bem cansado e nem preparamos um jantar coletivo. Segundo o Eduardo, que estava com o GPS, foram 51 km neste dia...

2º dia: a turma acordou, tomou aquele café da manhã reforçado e barcos na água, nosso objetivo era chegar em São Lourenço do Sul (SLS), tendo como caminho o tal Canal Cortado... Acabamos pegando um canalzinho errado, mas logo voltamos...

(Foto: Alexandro Goularte)

Na segunda tentativa achamos o Cortado. Saímos do Rio Camaquã, entrando na Lagoa dos Patos...

Logo fizemos uma pausa para descanso, alimentação e um bom banho de lagoa...

(Foto: Alexandro Goularte)

Depois de passarmos pelo Pontal do Quilombo, quando estávamos atravessando o Saco do Caipira, um grande temporal se aproximou... Ele acabou vindo pra cima da gente... Forte mas rápido, ainda bem... Estávamos perto da margem e resolvemos fazer uma parada...

(Foto: Alexandro Goularte)

Depois de fazer uma parada para ver o temporal ir embora, fomos rumo a SLS e paramos na praia para comer um xis e tomar uma cerveja... Chegando lá, estava o remador Diego nos esperando para um bate-papo na beira da lagoa...

Nosso destino final foi o camping de SLS, onde o seu Pedro Auso estava nos esperando. Montamos acampamento perto de onde já estava a barraca dele. Devido a problemas no barco, que ficou sem uma das pedaleiras, o Anderson pediu para que sua família viesse buscá-lo no outro dia pela manhã... Neste dia remamos 49 km. Teve mais um forte temporal na madrugada...

3º dia: saímos tarde do camping, pois esperamos a turma do Anderson (seu Nilo, Adriano Buiú e a namorada Maura) chegar e deixar tudo certo... Saímos pelas 10 da manhã, na campanhia do seu Pedro... Depois de alguns quilômetros de remada, fizemos uma parada para ver uma boia que tinha sido arrastada para a areia.

(Foto: Alexandro Goularte)

O vento sul bateu na cara e atrasou bastante nossa remada.

Eram 15 horas e decidimos parar logo depois do Arroio Grande, pois a remada não estava rendendo e o desgaste era grande. Como o vento não parou, ficamos por lá mesmo, acampados. Fizemos um janta coletiva antes da chuva e fomos dormir bem cedo... Nosso dia rendeu apenas 15 km.

4º dia: o dia amanheceu com vento moderado vindo do quadrante sudeste... Nos arrumamos e fomos em direção a Ilha da Feitoria. Passamos o Arroio Corrientes e logo paramos perto do casarão pois eu queria mostrar um pouco daquele lugar para o pessoal que ainda não conhecia... Fomos bem recebidos pelo garoto Leandro e o capataz Catarina... Batemos um papo com eles e depois fizemos uma breve visita a figueira centenária...

Depois nos dirigimos de volta ao casarão e fomos convidados pelo Leandro para ver como tinha ficado a reforma...

Nos despedimos da turma e fomos em direção ao Laranjal....

A próxima parada foi na capelinha (igrejinha) da Feitoria, para alimentação e descanso... Infelizmente a capelinha está bem destruída...

A Colônia Z3 nem era ponto de parada, mas os amigos dos Piratas do Remo (Cristina e Márcio) estavam parados de carro logo depois, alí no Totó... Fizemos uma parada para conversar com eles e combinamos um novo encontro no trapiche do Laranjal...

(Foto: Cristina Garcia Pizarro)

Fizemos uma rápida parada logo depois do Balneário dos Prazeres (Barro-Duro), onde o Anderson e a Maura nos esperavam. Falamos para eles nos esperarem lá na Prowind... Eles disseram que meu pai já estava por lá também... Lá fomos nós... Na chegada, todos se reuniram, ao lado do trapiche do Laranjal, para confraternizar o fim de uma bela remada em prol do Rio Camaquã...