Homem livre, tu sempre gostarás do mar. (Charles Baudelaire)
Preparativos
Até sexta-feira, eu nem estava muito pilhado... Mas remar é viciante, sabe como é:
- lugares novos, troca de conhecimento, contato direto com a natureza.
Na sexta-feira, pelas 22 horas, resolvi que iria na remada. Então fui ao supermercado, comprei algumas coisas para comer, logo em seguida fui ao clube GPA pegar o meu caiaque e já deixá-lo em cima do carro, para no sábado pela manhã estar tudo pronto.
Sábado, acordei bem cedo (antes das 6 horas) e fui até a casa do amigo Trieste, conforme combinado, para irmos todos em comboio (Trieste, Maciel, Gildo e eu) para o Camping das Pombas.
(Foto: Gildomar Tambeira)
Chegando no camping, fizemos todo o processo burocrático e começamos a nos preparar para a remada. Pagamos R$ 40,00 cada um para deixarmos o carro lá por 2 dias. Também assinamos um documento isentando o camping de qualquer responsabilidade sobre nossa remada.
Depois disso, começamos a descarregar os caiaques e as tralhas, deixando tudo na beira do rio Guaíba.
(Foto: Gildomar Tambeira)
(Foto: Gildomar Tambeira)
1º Dia
Pelas 9 horas, quando estávamos quase colocando os remos na água, apareceu o remador Ricardo Dunker, avisando que o Alvares e seu primo Sidnei já estavam na Ilha das Pombas...
Partimos todos em direção a Ilha do Junco, para onde o Alvares e o Sidnei também estavam indo, no duplão. Chegamos praticamente todos juntos lá.
Dunker e Gildo passando a Ilha do Junco. |
Trieste passando a Ilha do Junco. |
Passando a ilha, fomos em direção a um barranco de areia perto da Ponta Escura.
Quando, para a surpresa do pessoal, se aproximava mais um remador: era o Hélio Bandeira, que se atrasou um pouco na saída de Itapuã.
Lá na Ponta Escura, tiramos várias fotos, subimos no morro de areia para conferir o visual e também fizemos um rápido lanche.
Neste momento o grupo se dividiu:
- uma parte foi conhecer a Ilha do Veado
- outros foram costeando, para conhecer as praias
O grupo que eu estava, foi conhecer a Ilha do Veado... fizemos a circum-navegação, até tentei atracar, mas não consegui.
Seguimos em direção as falésias, sem saber direito onde e o que eram as tais bolantas...
Mas o que é uma bolanta?
Segundo o dicionário, uma bolanta é "Casa volante construída de madeira que pode ser transportada por tratores ou caminhão. Muito utilizada para acomodar trabalhadores da lavoura na região sul do país ou pescadores. Geralmente, é apenas uma peça sem nenhuma infraestrutura, como por exemplo, sanitário."
Remamos bastante para chegar na margem. O Trieste foi muito mais rápido e já estava nos esperando...
Seguimos fazendo uma remada costeira, buscando encontrar a bolanta. Passamos alguns juncais e nada...
O pessoal resolveu fazer uma parada antes de um juncal...
Eu resolvi dar uma olhada depois deste juncal...
Eis que lá estava a tal bolanta, com os dois remadores do grupo Bravos do Remo: os Tapenses Rodrigo Ventura "Kanga" e Maurício Lima "o assador". Em alguns minutos o grupo começou a chegar por lá...
Chegando nas Bolantas. (Foto: Maurício Lima)
As tais Bolantas da Panelinha
Chegamos, conversamos um pouco com os amigos do Bravos do Remo, tomamos um mate, cada um montou seu acampamento... Então resolvemos fazer um exercício para as pernas: subimos nas falésias para curtir o final de tarde... ficamos um bom tempo por lá, conversando, escutando as histórias do Kanga sobre os Javaporcos...
(Foto: Gildomar Tambeira)
Voltando para o acampamento, o Kanga fez questão de mostrar o banheiro de luxo dos pescadores: era só fazer o buraco no chão e sentar confortavelmente...
(Foto: Alvares Silveira da Silva)
Registrei o acampamento montado pelo pessoal do fundão (Alvares, Sidnei, Gildo, Trieste, Maciel).
As roupas secando debaixo da aba da bolanta 340. Um detalhe legal foi que as bolantas tem até instalação elétrica e lugar para colocar o lixo... Acho que alguém deve recolher de vez em quando, pois os dois latões de lixo nem estavam muito cheios. Sobre a energia, os pescadores devem trazer algum tipo de gerador a óleo diesel. Além disso, tinha um sistema de canos que pegava a água da chuva e levava até uma caixa de água... muito legal tudo isso.
Descemos das falésias, e logo a nuvem de chuva deu uma passada no acampamento... só para lavar as barracas. Até um arco-íris se formou na lagoa.
(Foto: Gildomar Tambeira)
Depois disso, começamos os preparativos para o churrasco. O Maurício tomou conta, fez um assado de patrão...
(Foto: ?quem souber me avisa?)
(Foto: Gildo)
(Foto: Alvares Silveira da Silva)
(Foto: Alvares Silveira da Silva)
Carne no fogo e a gurizada foi se chegando para botar conversa fora...
(Foto: ?quem souber me avisa?)
Até um vinhozinho italiano o Gildo levou... e dos bons. Foi até um pecado bebermos ele em copos de plástico...
Além disso, como não tínhamos uma tábua para cortar a carne, foi usado um das tampas do caiaque do Alvares.
(Foto: Gildomar Tambeira)
Foi um churrasco de respeito... o pessoal foi comendo, dando risada e escutando as histórias do Kanga e Maurício sobre as "famosas" bolas de fogo.
Eram quase 23 horas e já estava todo mundo nas barracas...
2º Dia
Acordei não eram nem 5:30, sem despertador, seguindo o meu lema: "Deus ajuda quem cedo madruga". Ficava só espiando na fresta da barraca para ver quando o sol iria nascer na Lagoa. Logo que vi uma movimentação, saí da barraca para começar mais um dia de remada...
Tiramos várias fotos do nascer do sol, da lua cheia que ainda se exibia faceira no outro lado. A Lagoa dos Patos tem um nascer do sol muito bonito... olhando de cima das falésias então...
(Foto: Gildomar Tambeira)
Depois disso, desci das falésias, tirei mais algumas fotos das Bolantas, tomei um café com os amigos Tapenses (churrasco novamente), um matezito... e comecei a arrumar as tralhas.
(Foto: Gildomar Tambeira) |
Tirei ainda as tradicionais fotos dos caiaques dos amigos...
Taraquá do Trieste. |
Marina 440 do Gildo. |
Duplão SIOUX do Alvares e Sidnei. |
OPIUM do Hélio. |
Batemos a última foto da turma toda reunida.
(Foto: Rodrigo Ventura Oliveira)
Hora de botar os remos na água e iniciar o retorno para Itapuã.
(Foto: ?quem souber me avisa?)
Passamos novamente pela Ilha do Veado...
Saí junto com o Alvares, Sidnei e Ricardo, mas logo me separei dele e parei na Praia da Sepultura para esperar o resto do grupo... Foram alguns minutos parados só apreciando o silêncio de estar sozinho no meio da natureza. Relembrei minha remada de verão...
O pessoal chegou, e fomos em direção a Ilha da Ponta Escura, local combinado para dar uma parada e fazer uma rápida refeição. Tentamos parar numa praia antes, mas tinha tanta mutuca que foi inviável. Apelidamos o local de Praia da Mutuca.
Depois do almoço, focamos na Ilha do Junco. Neste trecho, o Guaíba já estava com um pouco de onda e vento...
Passamos a boreste da ilha, atravessando o pelo canal de navegação logo em seguida.
Fizemos a última parada na Praia da Onça. O Hélio se despediu e seguiu seu rumo...
O fim estava próximo, o Camping das Pombas já estava na nossa frente... o camping estava lotado, nem parecia o mesmo lugar que deixamos os carros no sábado pela manhã. Era hora de sair da água, cansado, mas com o semblante cheio de satisfação.
Agora era só mais uns 50 km de carro até o GPA, para deixar o caiaque. Barco lavado, tudo organizado no box, dei uma caminhada até a beira do Guaíba para ver como estava o final de tarde... e esse foi o fim de mais uma remada.
Essa foi a primeira de muitas remada em conjunto dos grupos ESK e Bravos do Remo.
(Imagem: Gildomar Tambeira)
Ficou show a tua narrativa Pablo, assim como foi show a nossa remada. Um abraço e até a próxima remada!
ResponderExcluirShow de bola
ResponderExcluirshow de relato e as fotos Pablo, grande satisfação em conhecer a turma toda, temos que marcar outra com mais tempo para lá, grande abraço, vou compartilhar teu fórum lá na página de Tapes canoagem de aventura, abraço.
ResponderExcluirOi Pablo a foto do arco-íris, do vinho e da santa são minhas (nossas). Um abração.
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