Depois de uma troca de datas, devido aos problemas causados pelas inundações no estado do RS, nos dias 27 e 28 de julho de 2024 ocorreu a XII Remada de Inverno, um evento tradicional de canoagem aqui no estado, organizado pelo Leonardo e pela Tiane. O objetivo é remar entre amigos, no inverno, estação esta que pode trazer temperos especiais para a remada: frio, vento, chuva, ondas gigantes de 3 metros nas lagoas... coisas assim.... O trajeto, que normalmente percorre diferentes corpos aquáticos do litoral norte gaúcho, desta vez seria restrito a Lagoa dos Quadros.
Material completo no link
Tudo começou na sexta-feira, na organização do material e deslocamento até um camping muito legal chamado Balneário Recanto (29°38'15.8"S 50°06'11.4"W), tendo sua entrada na BR-101, quase no extremo norte de onde a BR-101 tangencia a Lagoa dos Quadros.
Cheguei cedo da tarde, me organizei na cabana Rústica. Lá passaram a noite PP (Pedro Piqueres), os Biguás (Ramon e Letícia), o representante do Oceânicos Floripa (Davizão) e eu.
Quando cheguei no camping, já estavam por lá o Diegão (SLS) e o Pedro Auso (Camaquã), remando, pra variar. Depois foram chegando parte da turma de SC e Paraná (Davi, Demathe e Paulo Saczuk). Veio também o batalhão da Zona Sul do RS (Joel, João Mauro, Rodrigo, Ligeiro e Sandro Peluffo). Apareceu a turma de Araranguá, liderada pelo Jorge. Leo e Márcio de Imbé chegaram no meio da tarde também. Na madrugada chegaram os Biguás e o amigo do nego Osvaldo (famoso Lacerda). Na manhã seguinte acho que o Márcio de Osório e o Egon apareceram cedinho, quase junto do Tiago Jamboo.
Desta vez, infelizmente, os amigos uruguaios não puderam vir. Ano passado o embaixador Abe me fez compania na ida de Porto Alegre para o litoral norte. Outro grande amigo, Fernando Batista, que sempre se fazia presente, e agora está em terras portuguesas, acabou não atravessando o Atlântico para comparacer...
Fiquei tomando algumas cervejas que comprei em Osório, dentre as quais destaco a Quilmes, que nunca tinha bebido e achei bem boa. Na noite fizemos um churrasquinho que estava nota 10.
Dia 1:
O despertar ocorreu com a tradicional corneta do Davi, fazendo o toque de alvorada. Foi aquela gurizada se organizando, puxando caiaques pra lá, pra cá, organizando tralhas... Antes do meio da manhã já estavam todos na água, com destino as figueiras, navegando no sentido horário. Foi um dia de muita neblina (nevoeiro ou névoa), dando um clima Londrino para a remada.
Para mim, os momentos em terra, são os que mais consigo interagir com a turma... Na água, acabamos, cada um indo no seu ritmo, cada um no "seu bordo", e as vezes essas variáveis não permitem conversas longas.
Joel e João Mauro, a grande dupla de Pelotas.
Já fizeram a Lagoa dos Patos em 10 dias nesse duplão.
Mais dois ícones da canoagem - os dois Pedros - Pedro Auso e Pedro Piqueres.
Turma de Araranguá veio em peso, capitaneada pelo Jorge.
Só os brutos: Diegão, Rodrigo, Ligeiro e Márcio.
O Pablo, tira uma foto minha mais espontânea, como se eu não estivesse olhando...
Desta vez fui remar de Inuit, um barco menor, de 4,38 m por 58 cm de largura, fácil de carregar no carro, ideal para o dia a dia e pequenas expedições. Primeira vez que faço uma remada de mais de um dia com ele e gostei bastante. Como estava acostumado com a capacidade de carga do MG Egeo, fiquei um pouco preocupado com isso, mas deu tudo certo.
O grupo esteve bastante junto na maioria do tempo e o rádio foi fundamental para comunicação de todos. Desde que iniciamos o uso do rádio nas RIs tenho a percepção de que temos navegado de forma mais organizada e agrupada, as pessoas sabendo onde os outros estão e fazendo paradas estratégicas para reagrupar.
Durante quase todo o trajeto, olhava para o horizonte e era possível ver apenas alguns metros para a frente, motivo de uma remada bem costeira... Para se ter uma ideia, não era possível ver os morros de Maquiné.
Águas lisas, remada tranquila pois sabíamos que a quilometragem do dia seria baixa (meu Strava marcou 25 km). Fizemos algumas paradas para lanches e reagrupar a turma. Conhecemos o Parque Náutico Lagoa dos Quadros.
Chegamos cedo nas figueiras e então logo a turma armou o acampamento. Mesma com vários dias sem chuvas expressivas, era nítido que tudo estava muito cheio. Pelas imagens aéreas, tinhamos a impressão de estarmos em uma ilha.
Depois disso só diversão: chimarrão, conversas, risadas, churrascos, vinhos, fogueira e música.
Ainda era cedo, acho que umas 20 horas, e a chuva começou mansa. Muitos se recolheram para as barracas e alguns ficaram na volta do fogo. A chuva ia e vinha, mas nada que conseguisse esvaziar aquele espaço na volta da fogueira.
Quando acabou o trago, Ramon ainda tentou fazer uma busca nas barracas, mas não deu muito certo... Só conseguimos uma cachaça do Demathé... Então, sem vinho, a turma foi devagarzito, cada um ao seu tempo, para suas barracas.
Dia 2:
Senti bastante frio na madrugada e no meio da noite tive que abrir o colchão inflável e usar o saco de dormir. Tiveram vários períodos de chuva, mas nada muito forte. Fiquei feliz que a barraca aguentou bem e não vi nada molhado dentro dela. É uma barraca pequena, realmente só para uma pessoa, sem nem espaço para guardar algum material. Apesar disso, gostei bastante.
Naturehike -Tenda de Ciclismo
de Camada Dupla Ultraleve para 1 pessoa,
barraca de acampamento ao ar livre impermeável,
bicicleta, 4 estações.
O dia iniciou sem chuva e quase que o sol apareceu... O vento virou pra sul e iria nos ajudar no pequeno trecho até o camping...
A turma até que se agilizou rápido e logo estávamos prontos. Fizemos o sorteio de vários brindes e depois os barcos foram pra água. O ventinho sul estava legal e criou pequenas ondas que o Inuit conseguiu aproveitar bem. Fiz um trajeto aproveitando mais o vento e as ondas (e me divertindo um pouco também). A ideia era ser bem costeiro, mas sem tanto nevoeiro foi possível navegar mais longe da costa (no Strava o trajeto foi de uns 15 km).
Até a ilha, fui boa parte junto do Lacerda e me comunicando com a turma via rádio. Combinamos de parar na ilha para reagrupar. Fomos despacito até a ilha. Chegando lá notamos que éramos os últimos a chegar, sem contar o PP e Léo, que chegaram um pouco depois da gente, mas fizeram a volta costeando toda a lagoa, "lambendo as pedras" como se diz.
Davizão tocou duas músicas enquanto esperavam os últimos remadores chegarem na Ilha do Benjamin. Não acompanhei esse momento, mas sei que o pessoal sempre se diverte com isso, é um show à parte.
Na chegada pessoal se organizou rápido também para que cada um pudesse voltar para as suas casas.
(por Paulo Saczuk)
Mais uma Remada de Inverno, evento que consegue manter vivo o espírito da canoagem no estado. Já fui muito de criticar eventos que tinham mais confraternização do que kms remados. Hoje, vejo diferente, vejo que eventos assim são uma forma de não deixar a chama apagar 🔥, uma forma de renovar o gosto pelo esporte 💚, de trazer novos amigos, rever antigos, reforçar amizades.
Obrigado a todos que foram, que participaram, e aos que se dedicaram incansavelmente em organizar 👏...
1 - Alexandro Demathé - Tubarão/SC
2 - Davi Cidade - Florianópolis/SC
3 - Diego Matte - São Lourenço do Sul/RS
4 - Egon Schunk Jr - Porto Alegre/RS
5 - Gelson Melo - Torres/RS
6 - Guilherme Nolasco - Pelotas/RS
7 - João Aroeira - Araranguá/SC
8 - João Mauro - Pelotas/RS
9 - Joel Ramos - Pelotas/RS
10 - Jorge Figueiredo - Araranguá/SC
11 - Leonardo Esch - Maquiné/ RS
12 - Letícia Jost - Barra do Ribeiro/RS
13 - Márcio Ferreira - Imbé/RS
14 - Márcio Pereira - Osório/RS
15 - Pablo Grigoletti - Porto Alegre/RS
16 - Paulo Saczuk Jr - Curitiba/PR
17 - Pedro Auso Cardoso, a Lenda - Camaquã/RS
18 - Pedro Piqueres - Montenegro/RS
19 - Ramon Ladvig - Barra do Ribeiro/RS
20 - Rodrigo Tavares - Pelotas/RS
21 - Sandro Peluffo - Jaguarão/RS
22 - Rubinel Souza - Balneário Gaivota/SC
23 - Tiago Lucas Corrêa - Tramandaí/RS