nesses últimos dias, pesquisando sobre vento, clima e temperatura para a Remada nas Lagoas do Norte, eu identifiquei que o Windguru já está disponibilizando uma versão beta do novo site.
Pra quem ainda não conhecia, o Windguru é um serviço especializado em previsões meteorológicas, orientado para os praticantes de canoagem, windsurf, kitesurf (entre outros...). As previsões são baseadas em modelos meteorológicos, estando o Windguru em condições de fornecer previsões para qualquer local no planeta Terra. As previsões apresentadas no site não são declaradamente previsões oficiais: o Windguru desenvolveu o site apenas para ajudar os utilizadores nas previsões. O que vê são tão somente dados numéricos convertidos num formato legível pelos humanos; cabe a cada um decidir a forma de os interpretar. Além disso, os modelos são apenas... modelos; a previsão do tempo é extremamente difícil e os modelos que utilizamos bastante complicados. É normal que as previsões sejam imperfeitas.
Dentre as funcionalidades que encontrei (já existiam mas estavam um pouco escondidas), posso destacar:
- o MAIS... /ARQUIVO (link antigo) contendo um histórico de previsões do tempo, vento, temperatura para os principais locais de previsão (estão disponíveis para locais na lista principal, não para locais personalizados). Na maioria dos locais, o arquivo começa quando o local foi adicionado à lista. Além disso, é legal destacar que os dados arquivados não se baseiam em valores reais de medição no local! Estes provém dos dados produzidos pelo modelo de previsão. Em cada ciclo do modelo (a cada 6 horas) o arquivo é preenchido com os valores de previsão mais próximos. Em cada noite, as estatísticas são regeneradas com base nos dados arquivados.
- Tem também um item chamado de MAIS... / ESTATÍSTICAS(link antigo), que mostra as estatísticas mensais de vento e temperatura. Os dados arquivados apenas estão disponíveis para locais na lista principal (não para locais personalizados). Na maioria dos locais, o arquivo começa quando o local foi adicionado à lista. É legal destacar que as Estatísticas não são baseadas em valores reais medidos no local! Estes provém dos dados produzidos pelo modelo de previsão. Em cada ciclo do modelo (a cada 6 horas) o arquivo é preenchido com os valores de previsão mais próximos. Em cada noite, as estatísticas são regeneradas com base nos dados arquivados.
Nestas estatísticas:
- o item Vento - número de dias mostra o número de dias por cada mês em que foi previsto, pelo menos, vento X Bft, durante 3 horas durante o dia (aproximadamente das 10 às 17). Para quem não conhece a Escala de Beaufort vale a pena olhar este post sobre Ventos na Lagoa dos Patos.
- o item Temperatura diária é temperatura média prevista durante o dia (10 às 17).
- o item Temperatura noturna é temperatura média prevista durante a noite (aproximadamente das 22 às 4).
Está chegando a hora de sair pra mais uma remada... A proposta é
conhecer grande parte das belas Lagoas do Litoral Norte do Rio Grande do
Sul... Saindo do extremo norte da Lagoa da Itapeva (Torres) e chegando
ao extremo sul da Lagoa da Porteira (Quintão). O período é de 26/07/2016
até 31/07/2016. Quem tiver interesse e disponibilidade de fazer parte
desta remada, favor entrar em contato :) Abraços e vamos falando... #lagoasdonorte
A previsão do tempo nos apresenta uma terça-feira chuvosa. A previsão dos ventos nos mostra uma quarta-feira de muito vento...
Bom, antes de iniciar a escrever sobre a VI Remada de Inverno, preciso tentar definir o que é esse evento anual... De forma muito resumida e simplista, a Remada de Inverno é um evento de caráter cooperativo, contemplativo e não competitivo entre amigos remadores de caiaque (e agora de SUP também), que acontece desde 2011. Ele é organizado pelo casal Tiane Bossle e Leonardo Esch, com a ajuda de algumas outras pessoas. Esta remada normalmente acontece nas proximidades da cidade de Maquiné (RS, Brasil), no primeiro final de semana depois do solstício de inverno.
Solstício de inverno?
O começo do inverno é marcado pelo evento astronômico conhecido por Solstício de Inverno, ou seja, o período em que o Hemisfério Norte está mais inclinado em direção do sol. Em 2016, o inverno inicia (solstício de inverno) às 19h34 do dia 20 de junho de 2016 e termina dia 22 de setembro de 2016, com o equinócio da primavera.
O solstício de inverno é chamado de solstício de verão no Hemisfério Norte, marcado o começo da estação mais quente do ano nos países que ficam acima da linha do equador.
Quando e onde ocorreu?
Sendo assim, a remada ocorreu no final de semana dos dias 24 e 25 de Junho e contou com a presença de diversos remadores de diversas partes do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Quem participou?
A última lista divulgada de participantes foi a seguinte:
O espírito de companheirismo foi predominante em toda a remada... Os grupos foram apenas um ingrediente a mais nessa remada... O maior grupo que vi foi o grupo de amigos... amigos remadores que gostam de trocar conhecimento, falar sobre remadas passadas, planejar novas expedições e ajudar uns aos outros.
Relatando a remada...
É o terceiro ano que participo (2014, 2015, 2016). Cada ano diferente do outro. Este ano foi uma mistura de muita alegria e diversão com um final de profunda tristeza.
Para mim tudo começou com algumas semanas de antecedência, quando levei meu caiaque de Pelotas para Capão da Canoa. No sábado, dia 24, arrumei as coisas lá em Capão e fui em direção ao ponto de partida. Um detalhe importante é que este ponto de partida foi modificado, visto que o Rio Maquiné estava muito baixo por falta de chuvas. Desta forma, o ponto de encontro foi numa pequena propriedade bem próxima da ponte da estrada velha.
Cheguei lá, descarreguei o caiaque e fiquei com a Cati, observando a movimentação... Inicialmente foi feita uma reunião, onde foram entregues os mapas com o trajeto e alguns adesivos da remada.
(pessoal se organizando, foto tirada por Igor Vianna)
(pessoal se organizando, foto tirada por Igor Vianna)
(reunião inicial, foto tirada por Cristina Garcia Pizarro - Piratas do Remo)
Depois da reunião, dei tchau para minha namorada Cati Colling (obrigado amor por me levar e me buscar) e já era hora de ir pra água... já não estava tão frio e fazia um lindo dia de sol. Ajudei alguns amigos no embarque e fui o último a entrar na água...
Os mapas entregues pelo Leo destacavam o trajeto pretendido para a nossa remada: descer o Rio Maquiné, ir até a Ilha do Benjamin e acampar nas Figueiras. No outro dia, atravessar para o areião de Capão e depois cruzar a Lagoa dos Quadros em direção a foz do Rio Maquiné, entrando no seu braço morto, até o Recanto.
Remos na água e logo nos reunimos para tirar a primeira foto oficial do evento. Parabéns pela linda foto Tiane:
(foto tirada por Tiane Bossle)
Descemos o rio na maior tranquilidade, águas muito transparentes... eu perdi o meu óculos velho... Iemanjá ficou com ele.
(Germano, na tranquilidade do Maquiné,
foto tirada por Cristina Garcia Pizarro - Piratas do Remo)
(Fabrício, um estranho no ninho, hahaha, brincadeira... baita parceria,
foto tirada por Cristina Garcia Pizarro - Piratas do Remo)
(Pedrão, uma figuraça das bandas do Camaquã,
foto tirada por Igor Vianna)
Remos na água novamente, rio Maquiné ajudando um pouco e fomos até nossa próxima parada: a balsa... Lá foi um momento de descansar, fazer um lanche rápido e analisar as condições climáticas... Estava com um pouco de vento mas nada que fosse atrapalhar nossa ida até a Ilha do Benjamin... Se bem que alguns já queriam ir direto para as Figueiras...
(Trieste na canoa, foto tirada por Tiane Bossle)
Logo ao sair do Maquiné, o vento que vinha do quadrante nordeste deu uma diminuída. Fomos até a ilha do Benjamin e fizemos sua circunavegação. Não havia nenhum ponto de desembarque. Depois disso, miramos uma pouco a direita dos cataventos e fomos direto para as Figueiras, local do acampamento. Nesse trecho contamos com vento a ondas a favor...
(foto tirada por Cristina Garcia Pizarro - Piratas do Remo)
As condições de vento e onda atrapalharam um pouco quem estava sem leme... Mas no final da tarde, todos estavam bem e no acampamento das Figueiras. Depois de cada um arrumar sua barraca, hora de tirar algumas fotos, tomar um mate, um vinho ou apenas confraternizar na volta da fogueira, enquanto a carne assava...
(Batista cevando um amargo,
foto da máquina do Fernando Batista)
(quem mente mais?)
(André só na boa...)
Bater algumas fotos da paisagem ao cair da tarde...
Uma selfie, retratando a alegria de estar com os amigos...
Hora do jantar: a churrasqueira foi presente do Ligero, os espetos de madeira, um regalo do alemão Kenneth. Tinha muita carne e muito vinho... alguns exageraram...
A turma foi comendo, bebendo... Depois de algum tempo poucos sobraram na volta da fogueira... Até a hora que o grito de "Egon, to pronto..." pôs toda a turma para dormir...
No outro dia, acordei com a barraca toda úmida por causa da neblina... Levantei rápido e fui ver o nascer do sol...
(pessoal da Zona sul, foto tirada por Cristina Garcia Pizarro - Piratas do Remo)
A saída das Figueiras foi marcada para as 10h, depois de todos felicitarem o Palito pelo seu aniversário. Fizemos uma pequena reunião, mais uma foto oficial (número 2) e depois o grupo se dividiu: alguns foram direto para o Recanto, outros foram conhecer o areião de Capão... Eu fui conhecer o areião. A lagoa estava lisa e sem nenhum vento... Perfeito.
(Ligero e Elisangela: casal cascudo na remada... foto tirada por Cristina Garcia Pizarro - Piratas do Remo)
(Cristina e Márcio: os Piratas do Remo, foto compartilhada por Cristina Garcia Pizarro - Piratas do Remo)
(foto tirada pelo Igor Vianna)
(foto tirada pelo Igor Vianna)
(foto tirada pelo Fernando Batista)
(foto tirada pelo Gildomar Tambeira)
(foto tirada pelo Igor Vianna)
Remamos até aquelas areias brancas, fizemos uma boa parada por lá, para subir as dunas e conhecer o local... Tomamos até um banho na Lagoa gelada...
(foto tirada pelo Igor Vianna)
(foto tirada pelo Igor Vianna)
Depois rumo a foz do Rio Maquiné. Entramos no braço morto e terminava aí mais uma Remada de Inverno... Na volta vim conversando com os amigos Márcio e Cristina dos Piratas e o Ortiz de Rio Grande...
O trajeto destes dois dias foi marcado no GPS do Gildo. Nosso grupo foi até o areião, trecho que não está marcado no GPS.
Foi realmente uma remada muito boa, onde conheci várias pessoas novas, reencontrei amigos e me diverti...
Infelizmente, ao final, numa dessas coisas que nunca vamos compreender, tivemos o falecimento do grande parceiro Trieste... a tristeza tomou conta de todos. Assim, eu gostaria de compartilhar o belo texto escrito pelo Egon Schunk Jr., uma homenagem ao Trieste:
Trieste.
No mesmo dia estávamos remando juntos rodeados de amigos, confraternizando no mesmo esporte, maravilhando-nos com as mesmas paisagens, felizes, rindo e divertindo-nos e, ao cair da noite, a morte o encontrou.
Foi um choque para todos. Ficamos sem palavras. Só a pior surpresa – a tragédia! Muita tristeza, lamentos e indignação. Não há mais o que fazer. Mas será que a morte realmente encerra todas as possibilidades e alternativas?
Espero que não! A morte é poderosa: põe fim a tudo o que é finito! Mas a vida é maior! O Ser é maior!
Cogito e torço que o nascimento e a morte são etapas da existência do Ser. Cogito e torço que o nascimento não é o início e a morte não é o fim. Cogito e torço que o corpo não é o Ser, mas apenas uma de suas manifestações.
Cogito e torço que há várias outras manifestações do Ser, mais sutis, etéreas, perenes. Cogito que o Ser é infinito e é eterno, que tem existência no “atemporal” e no “sempre”, que não tem começo nem fim. Que se manifesta em todos os lugares e que também está nos “não lugares”, pois é absoluto.
Cogito que o Ser é completo, que é um universo que dá unidade as suas partes ou manifestações, que contém a vida e nela não está contido. Cogito que existência é mais ampla e o Ser está no Todo e o Todo está no Ser.
A manifestação material do Trieste, o seu corpo físico, foi tirado abrupta e violentamente do nosso convívio, mas o Trieste não foi tirado de nós.
Trieste continua conosco em suas obras, em seu trabalho, nas lembranças dos bons momentos, nas boas influências que com sua maneira de pensar e agir, nos identificamos e nos reconhecemos, fundando e formando uma tribo chamada de Extremo Sul Kayak, cujos integrantes amam a natureza, gostam do mesmo esporte e nutrem a amizade sincera.
Não conhecia o Trieste em profundidade, mas pelo que vivenciamos nesta Tribo creio que ele compreendeu que sua vida ultrapassava os fragmentos menores da existência, percebíamos que ele ampliara seus horizontes, com viagens, aventuras, experiências e conhecimentos, buscando novas dimensões para projetar o seu crescimento e dando um significado extraordinário ao todo da vida.
As homenagens que todos tem feito ao longo do dia ao Trieste são provas que ele naturalmente conquistou o respeito e o bem-querer de todos, justamente por ser um bom amigo e uma boa pessoa.
Serve de consolo que em seus últimos momentos o Trieste fez o que mais gostava – remou ao ar livre na bela natureza e, certamente, quando a morte o alcançou, encontrou pela frente um homem realizado, feliz e digno.
Também serve de consolo que o Trieste nos elegeu como amigos e que compartilhamos seus últimos bons momentos e que guardamos estas lembranças felizes antes da sua viagem de retorno.
(foto tirada e editada por Alexandro Demathé)
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Observação: de tantos compartilhamentos no Facebook, não consegui descobrir a autoria de algumas fotos e outras podem estar com a autoria errada... Caso alguém veja algum erro ou quiser que eu remova a foto, favor me avisar para que eu possa fazer... é só mandar por comentário no post que logo arrumo/removo...
