03/04/2020

Remada Águas de MARço - da Ilha dos Remédios até Barra Velha e dayoff 5

08/MAR/2020 - Domingo - da Ilha dos Remédios até Barra Velha

Saímos com bastante calma da Ilha dos Remédios, rumo a casa do Jayndré, em Barra Velha. Acho que colocamos os caiaques na água já eram 10h. Estávamos remando há uma boa distância das ondas, onde estava tranquilo até. Com o passar do dia, o vento começou a ficar mais forte, sorte nossa que era nordeste, mas realmente, bagunçou um pouco o mar.

Perto das pedras de Barra Velha (um lajeado de pedras no meio do mar), o Leonardo, que estava um pouco na minha frente, aproou para as pedras, que ficavam mais para leste, pra dentro do mar. Eu imaginei assim: lá vai o alemão dar uma curtida, ver o lajeado de perto, pois ele sempre que pode gosta de ver os detalhes dos lugares que passamos. Como eu estava "um pouco atrasado", decidi seguir reto, para alcançá-lo mais na frente, já que eu faria um trajeto mais curto, e ele um zigue-zague, indo mais mar à dentro e depois voltando.

Assim, fixei meu olhar no final desse trecho de pedras, que deveria ter uns 400 metros de extensão, para ver quando ele apareceria de volta. Mas não apareceu, não apareceu, e eu ia indo para frente... 

Até que depois de um tempo remando e esperando ele aparecer, resolvi voltar, pois sabia que ele não estava bem do estômago, e poderia ter acontecido algo, pois ele havia desaparecido naquelas pedras. Voltei até as pedras, pegando o nordestão de frente. Rodeei elas e nada do alemão. Mas o que teria acontecido? Cadê esse alemão?


Sem ter ideia do que aconteceu e bastante preocupado, resolvi remar até o ponto combinado, onde pudesse aportar e pegar o telefone celular. Pensei na opção de parar na praia mesmo, mas o swell ainda estava alto e decidi remar até a Ilha do Grant. Remei o mais forte que pude até lá. 

A ilha estava cheia de turistas, curtindo a tarde de sol. Cheguei e logo peguei o celular, onde vi a mensagem da Tiane, dizendo que o Leonardo tinha feito uma parada pois não havia se sentido bem. Fiquei lá na ilha, tentando ver algum caiaque no meio daquele marzão mexido. Depois de algum tempo, avistei ele, e tentei fazer sinal com o remo... Nem sei se ele viu, mas acabou vindo para a ilha. Ufa, tudo bem...





Ele chegou e conversamos para entender o que aconteceu. Resumindo, eu fiquei com o olhar fixo no final das pedras, perdendo a atenção para os outros pontos. Ele nem ultrapassou elas, apenas parou perto para tirar água do caiaque. Por isso eu não vi ele no outro lado. De lá onde parou, ele não me viu mais e decidiu ir pra terra pois também não estava legal, para comprar uma coca-cola. De lá ficou me procurando, e com a ajuda de um pescador, me viu perto das pedras, no momento que eu fui procurar ele. Logo que me viu, ele entrou no mar e eu voltei a ir para o sul. Ele não me encontrou mais, então decidiu ir pra sul também. Nos encontramos na Ilha do Grant.

Depois de lá, tiramos algumas fotos e fizemos o último km até a casa do Jyandré. Ao sair nas ondas, meu caiaque imbicou na areia e fiz uma pirueta legal, tomando mais um caldo. Sorte que consegui rolar. Chegamos no nosso destino, exatamente na bandeirinha de local perigoso.





Agora era aproveitar a estrutura que o Jyandré nos ofereceu :) Valeu!!!

Relato do Leonardo: O dia de hoje era para ser uma remadinha básica bem tranquila... Acordei de madrugada com uma indisposição estomacal - ou algo parecido. Deve ter sido da água ou de alguma comida. O café da manhã foram duas maçãs, estava sem apetite. Como a remadinha seria relativamente curta, saímos sem pressa por volta das dez horas, com previsão de chegada por volta das 14 h. Logo no começo da remada a indisposição foi aumentando e ainda defronte a Barra do Sul vomitei pela primeira vez. Ao longo do dia foram mais duas ou três vezes, até perdi a conta. A remada foi bastante penosa, parecia que faltavam forças. Parar não era uma opção, pois além de não haver muitas opções, o swell estava bem maior do que o previsto e algumas praias não eram nem um pouco convidativas. Além disso, o vento nordestão chegou para ficar e bagunçar o coreto... Acabei fazendo uma parada que não estava prevista em Barra Velha (para tomar uma Coca Cola - o veneninho acalmou o estômago) e um pouco adiante paramos na bela Ilha do Grant (na carta náutica, Ilha de Canas). Dobrando a curva de um costão, logo chegamos à Praia do Cerro em Itajuba.

No total, foram 34km da Ilha dos Remédios, passando a Ilha do Grant (onde não conseguimos conhecer o seu Joel, caseiro da ilha), parando na Praia do Cerro. Para mim, mais de 5 horas sem sair do caiaque.




Depois de identificarmos e chegarmos na casa, lavamos os caiaques, os equipos, fomos tomar um café na padaria e terminamos o dia sendo presenteados com essa vista do mar e da lua...




Pensando um pouco sobre o dia, na hora do desencontro fiquei preocupado, imagino que o Leonardo também. Depois analisando, foi interessante ver que no mar, poucos minutos já fazem uma pessoa não conseguir ver a outra (eu não conseguia ver ele, ele também não me viu...), ainda mais com o mar mais agitado. Foi um bom aprendizado para mim, parei de fixar o olhar onde eu achava que o outro caiaque iria aparecer, e comecei a sempre fazer um olhar mais 360º.

09/MAR/2020 - Segunda - Dayoff 5

Acordarmos cedo, acho que a ideia era remar. Fomos na padoca tomar um café da manhã. Depois do café, por algum motivo, nossas conversas enveredaram para o dilema entre "Tempo para conhecer os lugares e Tempo para remar". Resolvemos ficar mais um dia em Barra Velha. Nem lembro direito se tinha muito vento, ou o swell estava algo, ou se só decidimos ficar. Ficamos...



Lembro do Leonardo lembrar que as melhores histórias, as mais marcantes, são feitas em terra, nelas aparecem as pessoas e lugares que conhecemos... Foi disso que falamos... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário